Dois mísseis lançados por Israel atingiram, neste domingo (13), um prédio localizado dentro do Hospital Batista Árabe Al-Ahli, em Gaza. O ataque devastou o departamento de emergência e a recepção da instituição, além de danificar outras estruturas. Médicos relataram que Israel justificou a ação como um golpe contra combatentes do Hamas que estariam utilizando as instalações médicas.
Antes do ataque, autoridades de saúde do hospital receberam um alerta de um suposto agente de segurança israelense, que recomendou a evacuação. A ação fez com que centenas de pacientes e feridos deixassem a unidade durante a madrugada, sem assistência médica, colocando suas vidas em risco, de acordo com o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Khalil Al-Deqran. Apesar da destruição, não houve vítimas fatais confirmadas no incidente.
O exército israelense destacou, em comunicado, que tomou precauções para minimizar os danos a civis antes de realizar a ofensiva. O Hospital Al-Ahli, um importante centro médico gerido pela Igreja Anglicana, foi posteriormente desativado conforme informado pelo Ministério da Saúde de Gaza.
O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, condenou o ataque a instalações de saúde, ressaltando que eles comprometem gravemente o acesso a serviços médicos na região.
Esse ataque ocorreu enquanto as lideranças do Hamas estavam em negociações no Cairo, buscando avançar um cessar-fogo estagnado com Israel, com a mediação do Egito, Catar e Estados Unidos. O alerta para evacuação do hospital foi dado apenas 20 minutos antes da destruição do laboratório genético e danos a outras áreas, incluindo a farmácia e o departamento de emergência.
A Igreja Batista em Jerusalém fez um apelo mundial para a proteção de instituições médicas e humanitárias, enquanto o Ministério das Relações Exteriores da Palestina e o Hamas denunciaram Israel por prejudicar o sistema de saúde em Gaza.
Israel afirma que o Hamas usa civis como escudo e que o ataque ao hospital faz parte de uma estratégia mais ampla de combate. No entanto, o grupo militante refuta essas acusações. Vale lembrar que, em outubro de 2023, uma explosão no complexo do hospital foi atribulada a um ataque aéreo israelense, situação que Israel atribuiu a um erro do grupo Jihad Islâmica Palestina.
Por outro lado, ataques em outras regiões de Gaza resultaram na morte de pelo menos 14 palestinos, incluindo um comandante da polícia em Khan Younis e seis irmãos em Deir Al-Balah, conforme relatado por autoridades de saúde. A guerra em Gaza teve início após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.200 israelenses e raptos de 251 pessoas.
Desde então, mais de 50.000 palestinos perderam a vida devido à ofensiva israelense, segundo autoridades locais, enquanto grande parte da infraestrutura da região foi destruída, forçando a população a se deslocar para áreas menos atingidas.