O ex-deputado de Nova York, George Santos, filho de brasileiros, foi condenado a 87 meses de prisão federal na última sexta-feira, encerrando um período conturbado de sua trajetória política, marcada por mentiras e fraudes. Esta sentença reflete a gravidade de suas ações, que incluem fraude eletrônica e roubo de identidade agravado. Santos admitiu ainda sua participação em outros esquemas, tais como mentir para o Congresso e desviar recursos de campanha.
A juíza Joanna Seybert, responsável pelo julgamento, enfatizou a seriedade dos crimes, destacando que “suas palavras têm consequências. Você foi eleito com suas palavras, a maioria das quais eram mentiras.”
A condenação de Santos ocorre em meio a um contexto em que ele se tornou alvo de zombarias ao redor do mundo. Entre as acusações, está o uso indevido de recursos da campanha para gastos pessoais e a fraudes no sistema de benefícios de desemprego. O ex-congressista deve se apresentar até 25 de julho para iniciar o cumprimento da pena.
Embora tenha vencido em um distrito tradicionalmente democrata, sua carreira política foi rapidamente ofuscada pela descoberta de múltiplas mentiras sobre sua vida, como alegações de descendência de refugiados do Holocausto e experiências profissionais fictícias em Wall Street.
As constantes mentiras levaram à sua expulsão do Congresso em dezembro de 2023, mesmo antes de sua condenação formal. Os promotores federais argumentaram que a sentença de 87 meses era necessária para demonstrar a “seriedade de seus crimes sem precedentes” e proteger o público de futuras fraudes.
No julgamento, eles criticaram o ex-deputado por suas postagens insistentes nas redes sociais, que demonstraram pouca ou nenhuma demonstração de arrependimento. Além disso, Santos usou sua notoriedade para lucrar, gravando vídeos personalizados na plataforma Cameo, onde chegou a ganhar o dobro do que recebia como congressista.
Apesar da defesa ter solicitado uma pena mais leve de dois anos com liberdade condicional, Santos persiste em afirmar nas redes sociais que sua prisão se trata de uma perseguição política. Ele, no entanto, declarou ao New York Times que não irá solicitar um perdão presidencial, reconhecendo a necessidade de arcar com as consequências de seus atos.
Entretanto, amigos e conhecidos de Santos mantêm dúvidas sobre sua sinceridade, com um deles comentando: “Ele traiu a confiança do público e conquistou uma cadeira na Câmara sendo um golpista.”