O governo dos Estados Unidos, sob a administração de Donald Trump, está avaliando a possibilidade de reconhecer o controle da Rússia sobre a Crimeia como parte de um esforço para promover o fim do conflito com a Ucrânia. Essa informação foi revelada por uma fonte próxima às negociações em andamento.
A proposta inclui a implementação de um cessar-fogo nas linhas de frente do conflito, conforme detalhou a fonte. Documentos sobre o acordo foram apresentados a representantes europeus e ucranianos durante uma reunião realizada em Paris no dia 18 de novembro de 2023.
Além disso, o Secretário de Estado americano, Marco Rubio, e o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, discutiram a proposta por telefone. Embora ainda haja detalhes a serem finalizados, as negociações continuarão na próxima semana em Londres, onde os EUA pretendem colaborar com a Europa e a Ucrânia.
Simultaneamente, uma reunião será organizada entre o enviado de Trump para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e autoridades russas, com o objetivo de persuadir Moscou a aceitar o acordo proposto pelos EUA. Desde 2014, a Rússia ocupa a Crimeia, uma ação que foi amplamente considerada ilegal pela comunidade internacional e que precedeu a invasão em massa da Ucrânia em fevereiro de 2022.
Contexto do Conflito entre Rússia e Ucrânia
O conflito iniciou-se com a invasão russa em larga escala em 2022 e é marcado por intensos combates e um elevado número de civis vítimas. Em um ataque recente, dois mísseis balísticos russos atingiram a cidade de Sumy, no norte da Ucrânia, resultando em 34 mortes e 117 feridos, cifra que faz deste o ataque mais mortal do ano.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, denunciou a ofensiva e renovou seu apelo por ações mais contundentes contra a Rússia, além de solicitar uma visita de Donald Trump à Ucrânia. Zelensky expressou incertezas quanto à continuidade do apoio norte-americano, apesar de reconhecer o papel estratégico dos Estados Unidos.
Uma reunião anterior entre Zelensky e Trump no Salão Oval foi marcada por tensões, onde o presidente ucraniano solicitou uma maior participação dos EUA em esforços internacionais de paz, particularmente para a proteção do espaço aéreo ucraniano.
Embora a Rússia alegue não atingir civis, as consequências da invasão resultaram em milhares de mortes e feridos. Atualmente, as tropas russas controlam cerca de 20% das áreas leste e sul da Ucrânia. A Ucrânia está colaborando com parceiros internacionais para relatar potenciais crimes de guerra, enquanto o Tribunal Penal Internacional investiga essas alegações.
Desde o início da administração Trump, os EUA têm alinhado conversas com representantes da Rússia e da Ucrânia, buscando um cessar-fogo, mas os conflitos permanecem em andamento apesar das tentativas de negociá-lo. O enviado especial Trump, Steve Witkoff, tentou discutir um acordo de paz com Putin, mas os recentes combates indicam a fragilidade desse processo e a continuidade das hostilidades.