O debate sobre a exploração de petróleo na região da Foz do Amazonas ganhou novo impulso com as declarações do cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó. Durante o Acampamento Terra Livre em Brasília, ele expressou oposição à atividade, ressaltando os riscos que a perfuração pode representar para as comunidades locais. Os comentários de Raoni surgem em um contexto de crescente controvérsia em torno da intenção da Petrobras de iniciar sondagens na costa do Amapá.
Raoni afirmou: “Sou contra esse projeto de petróleo na Foz do Amazonas. Pessoalmente, falei para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que não aceito essa exploração na Amazônia.” O encontro entre Raoni e Lula, que ocorreu recentemente, destaca a tensão entre a preservação ambiental e as políticas de exploração de recursos no Brasil.
Embora o presidente tenha se posicionado como defensor das florestas tropicais e dos direitos dos povos indígenas, ele também manifestou a necessidade de permitir a perfuração na bacia da Foz do Amazonas, uma área de alta vulnerabilidade ambiental. Lula criticou o Ibama pela demora na concessão de licenças à Petrobras, o que adiciona complexidade ao cenário atual.
Em maio de 2023, o Ibama já havia negado um pedido de licença para perfuração offshore na região, citando preocupações ambientais e os potenciais impactos sobre as comunidades indígenas do Amapá. A estatal petroleira recorreu dessa decisão, mas a resposta final do órgão ainda está pendente.
A bacia da Foz do Amazonas, situada na Margem Equatorial do Brasil, é considerada uma das fronteiras petrolíferas mais promissoras do país. A geologia desta região é similar à da Guiana, onde a ExxonMobil já realiza exploração de grandes campos de petróleo, intensificando a disputa por recursos na área.