A autoridade comercial dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira, 18 de outubro, novas restrições comerciais direcionadas à China, com foco em navios construídos ou operados por empresas chinesas. O USTR (Escritório de Representação Comercial dos Estados Unidos) justificou que as medidas são necessárias para revitalizar a indústria naval americana.
As restrições incluem tarifas que começarão em US$ 50 por tonelada líquida de carga, podendo aumentar para US$ 140 por tonelada até 2028. A China detém mais de 50% do mercado global de construção naval, sendo o maior produtor mundial de navios.
Este anúncio intensifica o isolamento econômico dos Estados Unidos. Durante sua presidência, Donald Trump já havia imposto uma tarifa universal de 10% sobre as importações de diversos parceiros comerciais, além de taxas superiores a 100% sobre produtos chineses.
Entretanto, a percepção do mercado indica que essa decisão é um recuo em relação às ameaças anteriores feitas pelo governo americano. Ao assumir em fevereiro, Trump sugeriu uma taxa de mais de 1,5 milhão de dólares para cada embarcação chinesa que chegasse a um porto dos EUA.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China manifestou descontentamento com as novas restrições, acusando os Estados Unidos de culpar a nação asiática pelas deficiências industriais americanas. “Pedimos que os Estados Unidos respeitem os fatos e as normas multilaterais, cessando suas práticas inadequadas. A China tomará as medidas necessárias para proteger seus direitos e interesses legítimos”, declarou Lin Jian.
Na véspera do anúncio, em uma coletiva ao lado da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, Trump expressou a intenção de negociar um acordo para a guerra comercial com a China, reconhecendo o impacto que as medidas podem causar na economia interna dos Estados Unidos. “Acredito que chegaremos a um ótimo acordo com a China”, afirmou o presidente americano.