A China expressou preocupações sobre o crescimento econômico global durante uma reunião do G20 realizada em Washington. De acordo com o Ministério das Finanças e o Banco Central chinês, o atual panorama econômico é “insuficiente” e está sendo afastado pelo aumento das guerras tarifárias e comerciais, o que acentua a instabilidade financeira e reduz o ímpeto de crescimento.
No encontro, que ocorreu na quarta e quinta-feira, o ministro das Finanças da China, Lan Foan, pediu uma maior cooperação multilateral. Ele enfatizou que a China apoia diálogos e consultas “em pé de igualdade” para resolver disputas comerciais e tarifárias. Em uma avaliação separada, o presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, destacou que a fragmentação econômica e os conflitos comerciais têm interrompido as cadeias de suprimentos, o que, por sua vez, reduz o crescimento econômico global.
Pan ressaltou a necessidade de as principais economias do mundo aumentarem a coordenação de políticas macroeconômicas e financeiras. O Banco Central chinês revelou que participantes da reunião também apontaram o aumento dos riscos para o crescimento mundial, decorrente das tensões comerciais, das condições de financiamento restritivas e dos desafios estruturais de longo prazo.
Os ministros das Finanças e os presidentes dos bancos centrais presentes na reunião concordaram em reforçar o diálogo e a coordenação de políticas, embora sem menção direta aos Estados Unidos. O G20 se reuniu após o anúncio do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre tarifas elevadas sobre importações, o que provocou turbulências no mercado e levou o Fundo Monetário Internacional a revisar suas previsões de crescimento.
Apesar de Trump ter suspendido algumas tarifas, ele aumentou os encargos sobre a China para 145% e mantém uma tarifa de importação universal de 10%, além de taxas de 25% sobre carros, aço e alumínio. Fontes indicam que conversações estão em andamento entre os EUA e a China sobre tarifas, enquanto Pequim pede a retirada dessas taxas.
Além disso, Lan sugeriu uma implementação mais eficaz do mecanismo de tratamento da dívida dentro da Estrutura Comum do G20 e propôs que mais recursos sejam direcionados para o desenvolvimento da África, focando na capacitação do continente.
O Ministério das Finanças chinês também informou que Lan manteve reuniões bilaterais com representantes de diversas nações e organizações, incluindo África do Sul, Comissão Europeia, Paquistão, Alemanha, Coreia do Sul, Indonésia, Reino Unido, Japão e Banco Mundial. As discussões abordaram a situação macroeconômica e a cooperação bilateral, com ênfase nas questões fiscais do G20.