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Jornalista e compositor: um legado de afeto e criatividade

Marceu Vieira, conhecido jornalista e escritor do Morro Agudo, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, faleceu na noite de segunda-feira, 29 de setembro, aos 63 anos. Sua morte gerou uma onda de homenagens nas redes sociais, onde colegas, amigos e ex-namoradas relembraram a generosidade e a gentileza que marcaram sua trajetória.

Pedro Bial, apresentador de TV que trabalhou com Marceu no programa “Conversa com Bial”, destacou que ele viveu de uma forma poética, quase como um poema. Ancelmo Gois, que trabalhou com ele em O Globo, também fez questão de mencionar o impacto que Marceu teve em sua vida pessoal e profissional. Ele trouxe Marceu para o jornal em 2001, ressaltando sua contribuição inestimável para a coluna que leva seu nome.

Marceu ficou conhecido por suas legendas criativas e inusitadas. Com frequência, ele usava expressões marcantes, como “Balançaram o pé de mulher bonita” para se referir a fotos de mulheres. Além disso, o termo “saliência”, que utilizava para falar de romances e relações amorosas, se tornou tão popular que foi discutido até em círculos da Academia Brasileira de Letras.

Ainda que o uso de adjetivos em jornalismo seja comumente evitado, Marceu desafiava essa norma com classe. Ele descrevia o ex-senador Eduardo Suplicy de uma forma carinhosa, chamando-o de “fofo”. Essa leveza e criatividade contribuíram para uma escrita que era tanto informativa quanto agradável. Ele ajudou a tornar as colunas de política e economia mais acessíveis ao público.

A trajetória profissional de Marceu incluiu passagens por diversas redações, incluindo a Tribuna da Imprensa, O Nacional, Veja, O Dia, Jornal do Brasil, revista Época e O Globo, onde atuou como repórter e editor de Esportes. Durante a Copa do Mundo de 2014, sua equipe elogiu seu comprometimento, dizendo que todos estavam se esforçando ainda mais por causa dele.

Em 2008, Marceu aceitou o desafio de treinar o time de futebol feminino da redação em um campeonato interno. Comandando a equipe, que se chamava Grama na Calcinha, ele levou o time à vitória.

Além de seu trabalho em jornalismo, Marceu publicou cinco livros, entre eles “Betinho, no Fio da Navalha”, coautorado com figuras como Emir Sader e Franklin Martins. Em “Bip Bip, um Bar a Serviço da Alegria”, ele contava histórias do famoso botequim carioca, frequentado por muitos amantes do samba.

Marceu também era um grande fã de samba e compôs mais de 120 músicas, colaborando com renomados artistas como Tuninho Galante e Teresa Cristina. Suas composições animaram diversos desfiles de blocos de Carnaval no Rio de Janeiro.

O jornalista faleceu em decorrência de complicações de um câncer no pulmão, diagnosticado em 2024. Poucas pessoas tinham conhecimento de sua condição até sua internação em um hospital em setembro, devido a uma pneumonite. Ele deixa três filhos: Maria, Mateus e Vitória.

O velório de Marceu Vieira será realizado na quarta-feira, 1º de outubro, das 9h às 11h, no cemitério municipal de Nova Iguaçu. A partir das 13h, o corpo será levado para a sede da Associação Brasileira de Imprensa, no centro do Rio. A cerimônia de cremação será reservada à família.

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