Minhas finanças

A nova era dos programas de fidelidade

O mercado de milhas no Brasil está em plena expansão, além de ser uma ferramenta de fidelização para as companhias aéreas. A popularidade dos programas de pontos cresceu significativamente, abrangendo bancos e empresas de consumo. No primeiro trimestre de 2025, o número de inscrições em programas de milhas alcançou 333,8 milhões, o que representa um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior. As empresas do setor faturaram R$ 5,8 bilhões, um crescimento de 11% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados de uma associação do setor.

O ano passado foi especialmente favorável, pois as empresas de programas de fidelidade registraram um faturamento recorde de R$ 21,9 bilhões, um aumento de 17% em relação a 2023. No primeiro trimestre de 2025, foram resgatados 219,8 bilhões de pontos e milhas, um aumento de 14% comparado ao primeiro trimestre de 2024. A maioria dos resgates, mais de 73,6%, foi utilizada para passagens aéreas, enquanto o restante foi trocado por produtos.

Embora o termo “milha” sugira uma conexão direta com viagens, a maior parte dos pontos é acumulada não apenas em passagens aéreas, mas, sim, em compras no varejo, bancos e serviços. Mais de 92% dos pontos acumulados foram gerados por essas transações, mostrando como o setor se diversificou e passou a fazer parte do cotidiano dos consumidores. Isso é destacado por Juliana Assad, do programa Esfera do Santander, que ressalta como os clientes agora podem acumular pontos com diferentes tipos de produtos, desde itens de limpeza até eletrônicos.

A personalização nos programas de pontos também está em alta. As instituições financeiras, como o Santander, estão investindo em tecnologias como a inteligência artificial para criar campanhas de marketing direcionadas a cada cliente, respeitando seu perfil de consumo. Isso permite que os consumidores acumulem pontos não apenas por meio dos cartões de crédito, mas também por outras transações, como pagamentos via Pix.

A busca por informações sobre como acumular e resgatar milhas tem aumentado entre os consumidores, conforme aponta Rodrigo Góes, educador financeiro e autor do livro “O Mapa para acumular 1 milhão de milhas”. Ele destaca que é possível acumular pontos em diversos lugares, como postos de gasolina e lojas de materiais de construção. O consumidor se beneficia ao gerar pontos tanto com o cartão quanto através de parcerias entre programas de fidelidade.

É importante notar que existem diferenças na forma de usar esses pontos. Transformar pontos em milhas geralmente oferece melhores vantagens do que utilizá-los dentro de programas de compra, onde podem perder valor.

A expectativa para o setor é que haja um avanço contínuo em termos de hiperpersonalização. Executivos acreditam que a combinação de dados e tecnologias permitirá ofertas ainda mais adaptadas ao comportamento do consumidor, facilitando a troca de pontos no dia a dia. Atualmente, cada brasileiro participa, em média, de oito programas de fidelidade diferentes, mas ainda há variação na forma como gastam seus pontos, o que pode impactar o amadurecimento do setor.

Abaixo, alguns dados relevantes sobre o mercado de milhas:

1. O número de cadastros em programas de fidelidade atingiu 333,8 milhões no primeiro trimestre de 2025, comparado a 314,4 milhões no mesmo período de 2024.
2. Os inscritos nos programas são predominantemente homens, representando 51%, contra 49% de mulheres.
3. A faixa etária mais comum entre os inscritos é de 26 a 40 anos (35%) e 41 a 60 anos (34%).
4. Mais de 73,6% dos pontos resgatados foram para passagens aéreas, enquanto o restante foi trocado por produtos.
5. Acima de 92% dos pontos acumulados são oriundos de compras no varejo, em comparação com apenas 7,3% que vêm de passagens aéreas.

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