O Zoológico de Antuérpia, na Bélgica, está iniciando um projeto para proteger os okapis na República Democrática do Congo, um animal ameaçado por perseguições para obter carne e pele. O foco do projeto será a região de Rubi-Telé, localizada no nordeste do Congo. Um estudo de viabilidade está sendo realizado para entender como conservar essa espécie.
O zoológico, que já desenvolve um programa de conservação para bonobos na floresta de Lomako, agora volta sua atenção para os okapis. Esse animal é um símbolo importante para o zoológico, que foi o primeiro fora do Congo a abrigar um okapi, em 1919.
Na floresta de Ituri, que é um habitat vital para os okapis, já existe o Projeto de Conservação do Okapi (OCP). Entretanto, os colaboradores dessa iniciativa enfrentam grandes desafios, como a presença de milícias armadas, a caça ilegal, a mineração e a agricultura insustentável.
Nos últimos anos, a Fundação do Zoológico de Antuérpia (AZF) tem investigado se há uma população significativa de okapis na área de Rubi-Telé. Utilizando armadilhas de câmera e análises de DNA em fezes, os cientistas confirmaram a presença dos animais. Jef Dupain, integrante da AZF, destacou que várias áreas com densas florestas, totalizando mais de 500 km², foram mapeadas.
Dupain mencionou que a região de Rubi-Telé é mais politicamente estável em comparação à floresta de Ituri e que, até agora, houve pouco investimento em conservação da natureza. O projeto do zoológico busca determinar se essa área pode ser estabelecida como uma nova zona de proteção para os okapis.
O estudo de viabilidade, que deve ser concluído em março de 2026, é realizado por uma equipe multidisciplinar que inclui biólogos, antropólogos, sociólogos e advogados. O foco é entender a biodiversidade local, o uso do solo e como a população local pode ser envolvida no processo. A participação das comunidades é considerada fundamental, pois o objetivo é beneficiar tanto a natureza quanto as pessoas que vivem na região.
