XP inicia cobertura em utilities com 3 ações preferidas

A XP Investimentos atualizou suas recomendações sobre ações do setor de utilities, que abrange empresas de energia elétrica, água, saneamento e gás. A corretora agora inclui entre suas sugestões de compra as companhias Neoenergia, CPFL Energia e Light, estabelecendo metas de preço para 2026 de R$ 42,60, R$ 45,40 e R$ 6,20 por ação, respectivamente.
Em um relatório divulgado nesta segunda-feira (13), a XP oferece uma análise mais detalhada dessas empresas, classificando-as em quatro grupos: as que têm potencial de crescimento a longo prazo, aquelas com oportunidades de ganhos a curto prazo, empresas que podem voltar a se safa bem, e as chamadas “10-baggers”, que têm chance de multiplicar seu valor por dez.
Os analistas da XP destacam que o investimento em utilities no Brasil e na América Latina está se tornando cada vez mais sensível às oscilações econômicas. Por isso, é importante fazer uma análise macroeconômica juntamente com a avaliação individual de cada empresa. Entre as preferidas da corretora estão Equatorial, Orizon, Energisa, Sabesp, Copasa, Eletrobras e Light.
Nos últimos dez anos, o setor elétrico brasileiro passou por significativas mudanças. As geradoras enfrentaram desafios, como a limitação na venda e precificação de energia devido ao fenômeno conhecido como curtailment, que ocorre quando a rede não consegue absorver toda a energia produzida, impactando a receita das empresas. Outros fatores incluem o horário da produção e a localização das usinas.
As distribuidoras, em contrapartida, se tornaram mais previsíveis após a renovação de concessões e mudanças nos cálculos dos custos operacionais regulatórios. Isso pode permitir que elas continuem oferecendo retornos superiores às expectativas regulatórias. O segmento de transmissão é considerado o mais seguro, especialmente agora que questões relacionadas à indenização por ativos construídos antes de 2000 foram resolvidas. Isso indica que a demanda por eletricidade deve gerar novas oportunidades de investimento nesse setor.
No que diz respeito ao saneamento, a XP mantém uma visão positiva. O amadurecimento da regulamentação e o aumento do investimento privado são fatores que contribuem para essa perspectiva. A revisão de tarifas nas empresas Copasa e Sanepar indica maior previsibilidade. Há também a possibilidade de privatizações no setor, com Minas Gerais e Paraná sendo citados como candidatos. A XP prevê que a Copasa poderá ser privatizada em 2026, com potencial de valorização de 41% para suas ações e de 71% para as da Sanepar.
A Sabesp é vista como uma opção de investimento a longo prazo, com um preço-alvo de R$ 162,40 até 2026, indicando uma taxa interna de retorno real de 12%. Essa taxa mede o retorno anual esperado, descontando a inflação.
A empresa Orizon se destaca como uma das maiores promessas do setor, com potencial de se tornar uma “10-bagger”. A XP acredita que as oportunidades de crescimento da Orizon superam seu valor atual de mercado, estimado em R$ 6 bilhões, prometendo retornos significativamente maiores em um setor que está começando a se desenvolver no Brasil.
Por outro lado, a Light é considerada um investimento de risco elevado, mas com a possibilidade de retornos compensadores. O processo de renovação da concessão da distribuidora está em andamento, e os analistas enxergam a empresa em uma posição melhor após essa renovação, o que pode equilibrar as contas e reduzir o endividamento.
Os analistas destacam que três fatores podem transformar significativamente a Light: o fim de um contrato com uma usina térmica em julho de 2025, que deve diminuir as perdas financeiras; um reajuste nas tarifas em 2026 que pode reduzir essas perdas ainda mais; e alterações na regulamentação por parte da Aneel, que pode reduzir encargos para os consumidores.
Esses elementos, segundo a XP, podem gerar um fluxo de caixa recorrente pós-impostos de cerca de R$ 550 milhões, dobrando potencialmente o valor das ações da Light.
A XP também forneceu uma lista de recomendações para ações do setor de utilities, detalhando as empresas, seus códigos de negociação, recomendações de compra e metas de preços para 2026.