A Women’s Super League (WSL) está considerando a possibilidade de emprestar dezenas de milhões de libras para acelerar seu crescimento. O conselho da WSL contratou o banco de investimento Goldman Sachs e a empresa de contabilidade Deloitte para explorar maneiras de levantar fundos, sendo que a opção de um acordo de dívida é a mais considerada neste momento.
O valor obtido com o empréstimo será utilizado para aumentar os pagamentos centrais e o prêmio em dinheiro destinado aos clubes. O objetivo é estimular um maior crescimento em áreas como patrocínios, contratos de transmissão e investimentos dos clubes, melhorando a qualidade do produto apresentado.
Pessoas envolvidas nas discussões afirmaram que a WSL deseja liderar os investimentos no futebol feminino, em vez de deixar essa responsabilidade apenas com os clubes, que têm se mostrado inconsistentes em seu comprometimento financeiro com o esporte, mesmo na primeira divisão.
Um exemplo dessa situação é o Manchester United, que possui uma folha de pagamento anual de cerca de 3,5 milhões de libras. Esse valor é pouco mais da metade do que Arsenal e Chelsea estão investindo, embora o Manchester United tenha registrado uma receita recorde de 660 milhões de libras na última temporada. Além disso, o investimento em clubes tradicionais da WSL, como West Ham e Leicester, é muito menor em comparação ao que clubes promovidos, como o London City Lionesses, estão recebendo, especialmente por ser uma equipe independente, adquirida pela bilionária americana Michele Kang.
A WSL está determinada a aproveitar o sucesso da seleção feminina da Inglaterra, que ganhou o Campeonato Europeu pela segunda vez consecutiva no último verão. Jogadoras que se tornaram conhecidas, como Hannah Hampton e Michelle Agyemang, também estão ajudando a atrair mais atenção ao futebol feminino.
Há cinco anos, a Associação de Futebol (FA) rejeitou uma proposta de cerca de 150 milhões de libras de uma empresa de capital privado para vender uma participação na WSL, na época ainda sob sua gestão. A FA decidiu formar uma nova empresa independente chamada Women’s Professional Leagues Limited (agora rebatizada de WSL Football), para administrar as duas principais divisões do futebol feminino no Reino Unido, a WSL e a WSL2.
No ano passado, a WPLL recebeu um empréstimo de 20 milhões de libras sem juros da Premier League para ajudar com custos iniciais e operacionais. Isso possibilitou a criação de uma equipe de 40 funcionários, e agora a liga busca formas de acelerar seu crescimento por meio de financiamento externo.
Espera-se que Goldman Sachs e Deloitte tragam novas ofertas de empresas de capital privado interessadas em investir na competição. Contudo, a WSL mostra relutância em abrir mão do controle ou sacrificar os pagamentos comerciais futuros. Comparações foram feitas com o rugby, onde a Premiership Rugby vendeu uma participação de 27% de seus direitos comerciais para a CVC Capital Partners, com muitos acreditando que essa quantia foi mal administrada pelos clubes.
Fontes próximas às discussões afirmam que a WSL está realizando uma revisão financeira, mas não há planos concretos para vender uma participação na competição. Existe uma vontade de que o crescimento da liga beneficie diretamente os clubes, fornecendo mais recursos para que possam investir, o que, por sua vez, pode levar a melhores contratos de televisão e aumento na base de fãs.
A WSL pode assegurar o empréstimo com base na receita futura de acordos comerciais e contratuais de transmissão, que aumentaram significativamente nos últimos anos. A liga firmou um novo contrato de televisão de 65 milhões de libras com a Sky Sports, além de acordos melhores com patrocinadores, incluindo Barclays e Nike.
Um porta-voz da WSL disse que a organização, em parceria com os clubes, está trabalhando em estratégias de crescimento de longo prazo para manter o impulso positivo registrado no futebol feminino.
