Vance e Rubio criticam voto do parlamento israelense sobre anexação da Cisjordânia

Polêmica sobre Anexação na Cisjordânia Divide Opiniões nos EUA e em Israel
O Vice-Presidente dos Estados Unidos, JD Vance, e o Secretário de Estado, Marco Rubio, criticaram uma recente movimentação do parlamento israelense, que pode levar à anexação da Cisjordânia, território que os palestinos reivindicam para a criação de um futuro estado independente.
Na quarta-feira, deputados da ala direitista no Knesset, o parlamento israelense, aprovaram preliminarmente um projeto de lei que visa aplicar a lei israelense em partes da Cisjordânia. Essa iniciativa foi considerada por Vance como um “stunt político muito estúpido”. Em viagem a Israel, ele ressaltou que a anexação do território não ocorrerá, reafirmando a posição do governo americano de que a Cisjordânia deve permanecer fora da jurisdição israelense.
Rubio, antes de sua viagem a Israel, também alertou que a anexação poderia ameaçar o plano do ex-presidente Donald Trump para resolver o conflito em Gaza. O Primeiro-Ministro israelense, Benjamin Netanyahu, minimizou a importância do projeto de lei, alegando que sua coalizão não o apoiou, exceto por um membro descontente do partido Likud, que foi recentemente destituído de um cargo.
Netanyahu argumentou que a tentativa de aprovar o projeto de lei era uma provocação política da oposição, cuja intenção seria gerar discórdia. A declaração do gabinete de Netanyahu destacou que a falta de apoio do Likud torna difícil a viabilização da lei, cuja aprovação requer mais etapas legislativas.
A proposta de anexação foi aprovada em uma votação apertada, de 25 a 24. O futuro do projeto ainda é incerto, pois precisa passar por mais votações no Knesset, além de discussões no Comitê de Relações Exteriores e Defesa.
Cerca de 700 mil pessoas israelenses vivem em aproximadamente 160 assentamentos na Cisjordânia desde que essa região e Jerusalém Oriental foram ocupadas na guerra do Oriente Médio de 1967. Estima-se que cerca de 3,3 milhões de palestinos coexistem com os colonos israelenses nessa área. Os assentamentos são considerados ilegais segundo a legislação internacional, incluindo uma opinião consultiva do Tribunal Internacional de Justiça.
Os palestinos, por meio do Ministério das Relações Exteriores, condenaram o movimento do Knesset, enfatizando que Israel não terá nenhuma soberania sobre as terras palestinas.
Além deste assunto, durante a visita, Rubio se mostrou otimista em relação à manutenção do recente cessar-fogo entre Israel e Hamas. Este cessar-fogo foi a primeira fase de um plano de paz elaborado por Trump, que inclui o desdobramento de forças internacionais e a retirada de tropas israelenses.
O conflito entre Israel e Hamas teve início em 7 de outubro de 2023, quando um ataque liderado pelo Hamas resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de 251 indivíduos. Desde então, a situação se intensificou, com relatos de mais de 68 mil palestinos mortos em Gaza, conforme dados da autoridade de saúde local, reconhecidos como confiáveis pela ONU.




