planejamento financeiro: do evento ao cotidiano a dois

O casamento é um momento importante na vida de um casal, simbolizando o início de uma nova jornada a dois. Além dos sentimentos, essa fase traz desafios práticos, como a gestão das finanças, que podem afetar tanto o presente quanto o futuro do casal. Para iniciar essa nova etapa da forma correta, é fundamental ter um planejamento financeiro bem estruturado.
Uma das principais preocupações de muitos casais é o alto custo da festa de casamento. Isso pode levar a dificuldades financeiras se não houver cuidado. Ana Zucato, CEO e cofundadora da Noh, uma fintech voltada para contas conjuntas, afirma que cada casal tem seu estilo, o que influencia diretamente no planejamento do evento. A recomendação é definir como cada parte do orçamento será alocada entre os diferentes gastos da cerimônia.
Wanessa Guimarães, uma planejadora financeira certificada, ressalta que a celebração deve ser sempre compatível com a realidade financeira do casal. Ela alerta que um erro comum é comprometer um orçamento significativo em um único evento. A dica é estabelecer um limite de gastos e manter-se dentro desse valor para evitar dívidas após a festa. Guimarães sugere que cerca de 61% do valor total previsto seja destinado a itens como alimentação, aluguel do espaço e decoração, que geralmente têm os maiores custos.
Outra recomendação é investigar datas em que os preços dos fornecedores e dos aluguéis sejam mais acessíveis, o que pode representar uma economia significativa. Antes de definir um orçamento, Luan Andrade, consultor financeiro, enfatiza a importância de o casal discutir como seria a festa dos sonhos. Assim, podem adaptar o planejamento de acordo com quanto estão dispostos a gastar. É essencial decidir o número de convidados, o local da cerimônia e a duração da festa, pois esses elementos ajudam a formular uma lista de prioridades e a comparar com o orçamento disponível.
Andrade sugere que o planejamento deve incluir uma margem extra de gastos, pois certos detalhes podem acabar sendo mais caros do que o esperado. Ele compara o casamento a uma obra, destacando a importância de uma boa preparação.
Embora a festa em si seja um evento de um dia, as decisões financeiras tomadas a respeito do casamento podem durar muitos anos. Por isso, é crucial que o casal converse sobre suas finanças de forma conjunta. Isso inclui entender os gastos comuns, como aluguel, alimentação e despesas com pets, e estabelecer metas de economia.
Ana Zucato reforça que a forma como cada um lida com o dinheiro também afeta o planejamento financeiro. Compreender essas particularidades pode ajudar na construção de acordos e na redução de conflitos. Além disso, ela lista alguns pontos importantes para o planejamento financeiro do casamento:
Alinhamento de Expectativas: É fundamental que o casal converse sobre o padrão de vida que desejam ter, incluindo sonhos como a compra de uma casa, viagens e até mesmo ter filhos. Esse diálogo é essencial para evitar mal-entendidos e garantir que ambos estejam na mesma página em relação às finanças.
Reserva de Emergência: Desde o início da vida a dois, é vital contar com uma reserva de emergência que cubra de seis a doze meses do custo de vida do casal. Isso garante segurança financeira em situações imprevistas, além de cobrir gastos relacionados à festa e à lua de mel.
Planejamento de Metas Conjuntas: Sonhos como a compra de um imóvel ou a chegada de filhos exigem uma boa organização financeira. Definir prazos e valores, assim como escolher investimentos adequados, é o melhor caminho para transformar esses objetivos em realidade.
Construção de Patrimônio e Aposentadoria: O casamento deve ser encarado como um projeto de longo prazo. Investir na aposentadoria juntos envolve alinhar expectativas sobre o futuro, diversificar investimentos e pensar na sucessão familiar.
Além disso, Ana Zucato propõe que cada casal mantenha uma conta para gastos pessoais e uma conta conjunta para as despesas compartilhadas, como aluguel e contas da casa. Essa abordagem ajuda a manter a organização sem gerar desentendimentos financeiros. No entanto, alguns casais optam por ter apenas uma conta conjunta, centralizando os recursos. Wannessa Guimarães afirma que essa decisão pode funcionar, desde que haja total transparência na gestão do dinheiro e que os objetivos estejam alinhados com as finanças do casal.