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Revisões no mercado de trabalho pressionam Fed a reduzir taxas

Dados revisados pelo governo dos Estados Unidos indicam que o mercado de trabalho está mais fraco do que se pensava até agora. De acordo com o Departamento do Trabalho, a economia americana adicionou 911 mil empregos a menos do que o inicialmente estimado nos últimos 12 meses, encerrando em março. Essa correção representa cerca da metade das vagas que haviam sido reportadas anteriormente.

Desde a primavera, após o anúncio de tarifas comerciais pelo ex-presidente Donald Trump, a criação de empregos desacelerou e a taxa de desemprego começou a aumentar. No relatório mais recente, referente ao mês de agosto, as empresas acrescentaram apenas 22 mil empregos, número bem abaixo do esperado pelos economistas. Além disso, houve uma revisão dos dados de junho, mostrando que, pela primeira vez desde o pico da pandemia em 2020, houve perda de empregos.

O Federal Reserve, banco central dos EUA, manteve a taxa de juros inalterada desde o ano passado, focando em controlar a inflação, que não atinge a meta de 2% desde o início da pandemia. Porém, a desaceleração do mercado de trabalho pode fazer com que o Fed ajuste suas prioridades, buscando proteger a economia de uma possível recessão.

Analistas acreditam que o Fed deve anunciar uma redução nas taxas de juros na próxima reunião de setembro. Antes mesmo dos últimos dados negativos, já havia uma expectativa de corte. Agora, há uma crescente possibilidade de uma redução de 0,25%, com alguns especialistas considerando ainda uma possibilidade mais agressiva, de meio ponto percentual.

As revisões nos dados sobre o mercado de trabalho também aumentaram a percepção de que o Fed poderá precisar fazer mais cortes do que se pensava anteriormente. Essa incerteza é agravada pela inflação e pela instabilidade econômica geradas por tarifas e políticas comerciais do governo.

A crítica ao trabalho do Bureau of Labor Statistics (BLS), a agência responsável pelos dados, aumentou após as revisões que indicaram uma situação econômica mais frágil do que o relatado. Trump atacou a liderança do BLS, insinuando que os dados estavam sendo politicizados e até propôs a demissão do atual diretor da agência.

Além disso, o governo atual está pressionando para que o Senado, controlado pelo Partido Republicano, confirme um novo nome para o cargo de governador do Fed antes da próxima reunião. Trump também tentou demitir uma integrante do Fed em meio a alegações gravosas, o que poderia abrir espaço para a nomeação de alguém que apoie seus interesses de corte de taxas.

As revisões nos dados do mercado de trabalho estão alimentando críticas sobre a necessidade de uma nova liderança no BLS e sobre a pressão para que o Banco Central reduza as taxas de juros imediatamente. O governo argumenta que a transparência e a confiança nos dados são essenciais para que cidadãos e empresas possam tomar decisões informadas.

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