Republicanos em silêncio enquanto americanos protestam Trump

No último sábado, manifestações conhecidas como “No Kings” tomaram as ruas em resposta às políticas do governo de Donald Trump. O evento, que teve um clima de festa, buscou contrabalançar a imagem negativa que alguns líderes republicanos têm promovido, alegando que essas ações representam um “ódio à América”.

Os participantes se concentraram em marchas e paradas, com bandinhas, grandes faixas que faziam referência à Constituição dos Estados Unidos e pessoas vestidas com fantasias infláveis, sendo as rãs um símbolo particular de resistência. Essa foi a terceira mobilização em massa desde o retorno de Trump à Casa Branca e ocorreu em meio a uma paralisação do governo, que resultou no fechamento de programas e serviços federais. Os organizadores do protesto alertam que essas ações do executivo podem levar a um aumento no autoritarismo.

Em uma entrevista na sexta-feira, Trump se opôs à caracterização de que ele seria um “monarca”. Ele disse que não é um rei durante uma conversa com a Fox News. Na mesma data, uma conta de mídia social relacionada à sua campanha zombou dos protestos, publicando um vídeo em que Trump é representado como um rei, com uma coroa, acenando de uma varanda.

Durante um evento na Casa Branca, Trump tentou minimizar a importância dos protestos “No Kings”, afirmando que poucos poderiam estar presentes. O ex-presidente passou o fim de semana em sua residência em Mar-a-Lago, na Flórida.

Enquanto isso, em uma ação alternativa, o senador JD Vance e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, participaram de uma demonstração das capacidades anfíbias do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA em Camp Pendleton, na Califórnia, para comemorar o 250º aniversário dos Marines. Contudo, um plano para disparar canhões vivos sobre uma rodovia próxima gerou controvérsia, resultando no fechamento de parte de uma importante estrada depois que o governador da Califórnia, Gavin Newsom, expressou suas preocupações sobre a segurança pública.

Newsom criticou a decisão, afirmando que o ato era perigoso e refletia a falta de responsabilidade do presidente. Além disso, durante essa semana, Vance fez um comentário nas redes sociais fazendo alusão a uma reunião entre um candidato a prefeito democrata e um imã que foi listado como co-conspirador não indiciado em um caso de atentado terrorista.

Enquanto isso, a Fox News informou que organizadores com ligações à causa palestina estariam envolvidos nos protestos “No Kings”. O veículo também afirmou que fundações ligadas a George Soros estariam financiando essas manifestações através de um investimento de 3 milhões de dólares.

A ausência de líderes republicanos durante os protestos contrastou com os esforços da semana anterior, quando tentaram rotular o evento como um dia de “ódio à América”, alegando a presença de simpatizantes do Hamas e apontando os democratas como responsáveis pela demora em um acordo para encerrar a paralisação do governo. Líderes republicanos chamaram os manifestantes de “comunistas” e “marxistas”, afirmando que os democratas centristas estavam sendo reféns da ala mais à esquerda do partido. O presidente da Câmara, Mike Johnson, incentivou os cidadãos a assistirem à manifestação, caracterizando-a como um evento que exibiria grupos como os “antifa”.

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