Nobel de Economia reconhece teoria da inovação e destruição criativa

A Real Academia Sueca de Ciências divulgou na segunda-feira, 13 de novembro, os vencedores do Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel de 2025. Os laureados são Joel Mokyr, Philippe Aghion e Peter Howitt, reconhecidos por suas contribuições na compreensão do crescimento econômico impulsionado pela inovação.
Joel Mokyr, professor da Northwestern University, nos Estados Unidos, recebeu metade do prêmio por seu trabalho que identificou os fatores necessários para um crescimento econômico sustentado por meio do progresso tecnológico. A outra metade da premiação foi dividida igualmente entre Philippe Aghion, ligado ao Collège de France, ao INSEAD e à London School of Economics, e Peter Howitt, da Brown University, por sua teoria que liga o crescimento econômico à chamada “destruição criativa”.
Os estudos dos vencedores abordam uma questão central da economia moderna: como o mundo passou de longos períodos de estagnação para um crescimento econômico constante nos últimos dois séculos. A Academia destacou que Mokyr, Aghion e Howitt evidenciam que a inovação é a chave desse processo, pois novas tecnologias, produtos e métodos substituem constantemente os antigos, promovendo aumento da produtividade e melhoria na qualidade de vida global.
O comunicado da Academia enfatizou que o progresso tecnológico gera um ciclo constante de substituição e inovação, fundamentando o crescimento sustentado e, consequentemente, contribuindo para a melhora da saúde, renda e qualidade de vida em diversas partes do mundo.
Joel Mokyr, um historiador econômico, pesquisa as origens da Revolução Industrial para entender como o crescimento sustentado surgiu. Ele argumenta que as inovações se multiplicaram quando a sociedade começou a valorizar o conhecimento científico e a explicação racional das descobertas. Antes disso, os avanços eram pontuais e não se sustentavam. Mokyr afirma que o progresso se tornou autogerado ao haver uma interação entre ciência e tecnologia, permitindo que novas invenções se baseassem em conhecimentos existentes. Ele também destacou a importância de uma cultura e instituições que fomentem a aceitação de novas ideias para que o processo inovador perdure.
Philippe Aghion e Peter Howitt introduziram, em 1992, um modelo matemático inovador que descreve a economia como um processo de “destruição criativa”, inspirado nas teorias de Joseph Schumpeter. Essa teoria sugere que a inovação não apenas cria novas oportunidades, mas também extingue antigas práticas e empresas. A morte de tecnologias obsoletas ao lado da introdução de novidades é fundamental para o crescimento econômico. A pesquisa deles mostra que o favorecimento da concorrência e do investimento em conhecimento gera um ciclo de sucesso econômico, enquanto a resistência à inovação pode levar à estagnação.
No ano anterior, o Nobel de Economia foi concedido a Daron Acemoglu, Simon Johnson e James A. Robinson, estudiosos das instituições que moldam a prosperidade e a desigualdade. Acemoglu e Johnson são do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), enquanto Robinson é da Universidade de Chicago.
O Prêmio Sveriges Riksbank foi estabelecido em 1968 pelo banco central sueco e complementa os prêmios de física, química, medicina, literatura e paz, criados no testamento de Alfred Nobel, inventor que faleceu em 1896. Em 2023, a economista Claudia Goldin foi laureada por sua pesquisa sobre a disparidade salarial entre homens e mulheres.