Relatório indica risco de colapso financeiro e cenário crítico

O mais recente relatório sobre a recuperação judicial da Oi foi apresentado à 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro em 10 de outubro e descreve uma situação crítica para a operadora. A administração judicial, formada pela Wald Administração de Falências, K2 Consultoria e Preserva-Ação, destaca que a empresa está enfrentando uma grave crise de liquidez e incertezas quanto à sua continuidade, mesmo após a homologação do plano de reestruturação em 2024.
De acordo com o relatório, que é o 29º mensal das atividades do grupo em recuperação, a Oi encerrou setembro com apenas R$ 34 milhões em caixa. Esse valor é considerado insuficiente para cobrir as despesas operacionais e outras obrigações financeiras. As previsões apontam um déficit de R$ 178 milhões já em outubro. Os gestores afirmam que essa situação compromete a operação da empresa.
Em resposta a essa crise, a Justiça determinou em 30 de setembro o afastamento da diretoria da Oi e a suspensão temporária de algumas obrigações financeiras, designando gestores judiciais para administrar a companhia. O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro negou o pedido da Oi para suspender essa decisão, mantendo a intervenção até que o mérito do caso seja julgado.
Além disso, o Tribunal de Falências de Nova York, que gerencia o reconhecimento da recuperação judicial brasileira nos Estados Unidos, também rejeitou o pedido da Oi para encerrar o processo norte-americano, o que significa que a supervisão judicial internacional sobre o caso continua.
Apesar de ter concluído vendas significativas de ativos, como a venda da UPI ClientCo para a V.tal e a transferência da UPI de TV por assinatura à Mileto Tecnologia, os recursos obtidos não foram suficientes para melhorar a situação financeira da empresa. A receita bruta do grupo caiu drasticamente, passando de R$ 845 milhões em maio de 2024 para apenas R$ 156 milhões em junho de 2025. Os investimentos também despencaram, reduzindo-se para cerca de R$ 7 milhões por mês, o que afeta a manutenção da infraestrutura.
A administração judicial alerta que a sobrevivência da Oi dependerá de novas decisões judiciais e de possíveis injeções de capital, seja através de financiamentos ou renegociações de dívidas. O relatório também enfatiza a importância estratégica da Oi para o setor de telecomunicações e a conectividade em áreas remotas, sugerindo que a prorrogação do período de supervisão judicial pode ser crucial para evitar o colapso da empresa.