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Partido pró-Europa conquista eleição na Moldova por pequena margem

Em um resultado apertado, a Moldova elegeu o partido governista Solidariedade e Ação, que é favorável à adesão do país à União Europeia ainda nesta década. O partido obteve 50,2% dos votos nas eleições parlamentares realizadas no último fim de semana, conforme divulgou a comissão eleitoral na segunda-feira.

Essa vitória reflete um triunfo pessoal da presidente Maia Sandu, que foi reeleita no ano passado também por uma margem pequena. Durante sua campanha, a presidente destacou os esforços da Rússia para influenciar o resultado eleitoral. Após a divulgação dos votos, ela declarou que se tratava de uma vitória do país e não apenas de seu partido, enfatizando que o desejo da população moldava deveria prevalecer.

Após a confirmação da maioria governista, líderes europeus expressaram apoio à Moldova nas redes sociais. O presidente da França, Emmanuel Macron, afirmou que, apesar da interferência e pressão, a vontade do povo moldavo se manteve firme. Ele ressaltou o apoio da França nas aspirações europeias do país, além de sua liberdade e soberania.

O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, foi mais contundente em sua postura, elogiando Maia Sandu por “salvar a democracia” e prevenir que a Rússia assumisse o controle da região.

Porém, a Rússia rejeita as alegações de interferência nas eleições. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que centenas de milhares de moldavos residentes na Rússia não puderam votar. Ele argumentou que a situação é algo que deve ser resolvido pelos próprios moldavos e minimizou as denúncias de irregularidades.

Em um contexto de divisão, a capital russa teve apenas dois locais de votação, enquanto a Alemanha, com uma diáspora moldava menor, contou com 38. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e António Costa, chefe do Conselho Europeu, celebraram a escolha democrática da Moldova, afirmando que a porta para a adesão à União Europeia está aberta, embora o caminho para a integração não seja isento de desafios.

O processo de adesão à União Europeia, previsto para 2030, depende da aprovação dos 27 Estados-membros do bloco. Embora a Moldova não enfrente opositores claros, a resistência da Hungria em relação à candidatura da Ucrânia pode criar complicações. O governo húngaro alega que minorias de origem húngara estão em risco na Ucrânia, e a postura do primeiro-ministro Viktor Orbán em relação a Putin e suas objeções às sanções da UE também podem complicar a situação.

Internamente, a disputa política continua intensa. O Bloco Patriótico, que defende a neutralidade da Moldova e uma aproximação com a Rússia, obteve 24,2% dos votos. Um de seus líderes já reuniu manifestantes em frente ao Parlamento, e Igor Dodon, que representa o bloco, anunciou vitória antes mesmo da apuração completa dos votos, sugerindo uma possível anulação do resultado.

O clima pré-eleitoral foi agitado, com a suspensão de duas siglas de oposição por financiamento ilegal, prisões, exclusão de perfis de redes sociais e acusações de interferência. No dia da votação, false alarms de bomba atrasaram o processo em locais como Roma, Bruxelas e nos Estados Unidos, e algumas pessoas foram detidas por supostas tentativas de tumultuar a votação e organizar compra de votos.

De acordo com Siegfried Mureșan, eurodeputado romeno e líder da missão de observação da UE na Moldova, a vitória do Partido Solidariedade e Ação deve ser vista como uma lição para toda a Europa sobre como enfrentar a interferência russa.

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