Geração Z prioriza economizar em produtos de limpeza

A Geração Z brasileira, composta por pessoas nascidas entre 1996 e 2010, é o grupo mais jovem no mercado de consumo do país. Com idades de até 29 anos, esses consumidores cresceram em um ambiente digital, enfrentando a pandemia e a crescente inflação. Um estudo da consultoria McKinsey revela que esse grupo mostra um padrão de consumo distinto em comparação com gerações anteriores.
Apesar de serem os mais afetados pela inflação, 59% dos integrantes da Geração Z afirmaram que pretendem aumentar seus gastos nos próximos meses. Este índice é superior ao de Millennials, com 53%, e das gerações X e Baby Boomers, que são, respectivamente, 42% e 32%. No geral, 53% dos consumidores brasileiros manifestaram a intenção de gastar mais.
O estudo indica que a Geração Z começou sua vida profissional em um período difícil, o que a levou a adotar estratégias financeiras diferentes. Eles tendem a cortar gastos em itens considerados não essenciais, como produtos de limpeza, enquanto priorizam gastos em itens que trazem prazer, como bebidas e roupas. Segundo um especialista da McKinsey, essa escolha parece ser instintiva, refletindo uma mudança nas prioridades de consumo desse grupo.
No que diz respeito a categorias de gasto, a moda é a área mais citada, com 43% dos jovens da Geração Z planejando aumentar os investimentos em vestuário. O entretenimento fora de casa também é uma preferência, com 24% dessa geração afirmando que têm intenção de gastar mais, o que é um percentual superior ao de outras gerações.
Em tempos de inflação e pressão financeira, muitos consumidores adotam a prática do “trade down”, que se refere a abrir mão de qualidade ou conveniência em troca de preços mais baixos. Embora a Geração Z tenha reduzido o uso dessa estratégia, ela se observa com mais intensidade entre os Millennials.
Os dados também mostram que o consumo passou por mudanças significativas. Com os altos preços da carne, muitos estão reduzindo o consumo de itens essenciais, enquanto os gastos com gasolina e produtos frescos continuam em alta, indicando que esses itens permanecem prioritários na lista de compras.
Nos próximos três meses, 42% dos consumidores demonstraram interesse em gastar mais em voos internacionais, seguidos por cruzeiros (33%) e hospedagens em hotéis (27%). Por outro lado, há uma tendência de redução nas compras de produtos como bebidas não alcoólicas e mantimentos, com percentuais significativos de consumidores afirmando que pretendem gastar menos nessas áreas.
Por fim, o sentimento do consumidor brasileiro apresenta-se fraco, com um otimismo líquido de apenas 20%. Isso indica uma perspectiva de incertezas em relação à economia, mesmo com taxas de desemprego ainda baixas. O aumento no custo de vida tem gerado preocupações, o que se reflete no comportamento de gastos do consumidor.