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Fast Shop encerra 11 lojas após crise do ICMS

A Fast Shop anunciou o fechamento de 11 lojas físicas e um centro de distribuição como parte de uma reestruturação interna. A medida foi tomada poucos meses após a Operação Ícaro, que investiga um esquema de fraudes fiscais envolvendo ressarcimento de ICMS. O Ministério Público de São Paulo descobriu que o esquema incluía o pagamento de propinas a servidores públicos.

A empresa declarou que está sempre buscando melhorias para aumentar a eficiência operacional. Ela ressalta que reavalia constantemente sua estrutura, priorizando a operação de lojas que estejam alinhadas à sua estratégia de negócios. A Fast Shop, presente no Brasil há quase 40 anos, se compromete a encantar os clientes tanto nas lojas físicas quanto no comércio eletrônico.

Atualmente, a Fast Shop possui 80 lojas em todo o país, sob as marcas Fast Shop, M1 e cinco lojas A2You, que são focadas em produtos da Apple. Antes do escândalo, a empresa tinha planos de abrir novas unidades na Bahia e no Paraná, ampliando sua presença física.

Os fechamentos de lojas ocorrerão de forma gradual. A primeira fase, com início em 8 de outubro, inclui lojas em Curitiba e em São Paulo. No dia 12, encerram as atividades outras unidades em Salvador, Fortaleza e São Paulo. Ao final do mês, mais duas lojas fecharão em Salvador e Praia Grande.

As reestruturações na companhia começaram após a revelação da fraude tributária. A Fast Shop, que é controlada pela família Kakumoto, está tentando reduzir os impactos financeiros e de imagem causados pela investigação. Recentemente, a empresa nomeou um CEO interino, Rodrigo Ogawa, que tem experiência em gestão de crises e já leciona sobre compliance e gestão de riscos. Seu objetivo é reforçar os controles internos e as práticas de governança da empresa.

Além disso, a Fast Shop contratou um advogado para conduzir uma auditoria independente sobre suas práticas. A reestruturação também inclui cortes de pessoal, embora a empresa não tenha divulgado o número de demissões.

A Operação Ícaro, que começou em agosto, desmantelou uma rede de corrupção ligada ao auditor fiscal Artur Silva Neto. Ele teria acelerado e inflacionado os ressarcimentos de ICMS para grandes varejistas desde maio de 2021 até junho deste ano. Os sócios-proprietários da Fast Shop e um diretor da empresa firmaram acordos com a promotoria, reconhecendo sua participação no esquema e concordando em devolver R$ 100 milhões aos cofres públicos.

Depoimentos indicam que, entre 2021 e 2025, a Fast Shop recebeu mais de R$ 1,5 bilhão em ressarcimentos de ICMS, dos quais R$ 1,04 bilhão teriam sido obtidos de forma indevida. A empresa afirmou que está colaborando com as autoridades e reafirmou seu compromisso com a ética e a legalidade.

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