Família de mineiro morto no Camboja busca repatriação do corpo

Nesta terça-feira, 10 de outubro, completam-se três meses da morte de Gabriel Oliveira, um jovem de 24 anos, morador de Contagem, Minas Gerais. Gabriel faleceu em um incidente com gás enquanto trabalhava em uma empresa no Camboja, na região do Sudeste Asiático. Até o momento, a família não conseguiu repatriar o corpo dele, que ainda está retido no país, pois o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE) não autorizou a repatriação. A situação do caso é complexa e a morte está sendo investigada como possível envolvimento em tráfico humano.

Diante dessa dificuldade, familiares e amigos de Gabriel realizaram uma manifestação no último sábado, 7 de outubro, na praça Nossa Senhora da Glória, no bairro Eldorado, em Contagem. Eles pediram ao governo brasileiro um apoio mais efetivo para trazer o corpo do jovem de volta ao Brasil. Durante a manifestação, Daniel Araújo, pai de Gabriel, compartilhou detalhes sobre a trajetória do filho. Gabriel havia se mudado para a Tailândia em abril, onde conseguiu um emprego na área de tecnologia da informação. Ele foi transferido para o Camboja, onde trabalhava com manutenção de redes de computadores. A família mantinha contato regular com ele por meio de chamadas de vídeo, mas perdeu comunicação no dia 4 de julho.

Foi somente no dia 15 de julho que a família foi informada da morte de Gabriel, mais de uma semana após o ocorrido, através do consulado da Tailândia. Daniel comentou sobre a angústia que sua família tem enfrentado nesse período, sem conseguir se despedir adequadamente do filho. Ele também fez menção a um caso anterior, onde o governo brasileiro facilitou a repatriação de uma jovem que morreu na Indonésia, o que gerou esperanças de que um procedimento similar poderia ser feito para Gabriel.

A família também está preocupada com a situação de instabilidade política no Camboja, que vem passando por um aumento de tensões que podem complicar ainda mais a situação. Para aumentar a visibilidade do caso e pressionar as autoridades, eles criaram uma página no Instagram chamada “Repatriação do Gabriel”. A campanha ganhou apoio de personalidades, incluindo o ator Allan Souza Lima, que divulgou um vídeo pedindo uma solução para a família.

O pai de Gabriel expressou sua preocupação a respeito da possibilidade de que a oferta de trabalho que levou seu filho ao Camboja possa ter uma ligação com tráfico humano. No entanto, até agora, a família não possui provas concretas sobre isso, e durante suas conversas habituais, Gabriel não havia dado sinais de que a situação não estava bem.

O Ministério das Relações Exteriores informou que está acompanhando o caso de Gabriel e realizando esforços para prestar a assistência consular necessária, de acordo com convenções internacionais. O ministério também lembrou que faz ações de prevenção e conscientização sobre o tráfico de pessoas, já tendo publicado alertas e orientações para brasileiros que estão planejando trabalhar no exterior.

Em nota, o MRE destacou que a repatriação de corpos brasileiros falecidos fora do país só é realizada em situações excepcionais, conforme as legislações vigentes.

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