A coalizão governante do Japão enfrenta uma crise após a saída do partido Komeito, o que levanta dúvidas sobre a capacidade do Partido Liberal-Democrata (PLD) de eleger sua nova líder, Sanae Takaichi, como primeira-ministra. Com essa mudança, a expectativa de que Takaichi se tornasse a primeira mulher a ocupar o cargo máximo do país agora está em risco.
Embora o PLD possua o maior número de cadeiras no parlamento, a sigla não detém a maioria necessária. A oposição já começou a articular alternativas, entre elas o nome de Yuichiro Tamaki, líder do Partido Democrático do Povo (PDP), como candidato à vaga de primeiro-ministro.
Conforme reportado pela mídia local, o líder do Komeito, Saito Tetsuo, se reuniu com Takaichi e expressou insatisfação com a falta de respostas do PLD sobre questões de financiamento e escândalos financeiros que seu partido levantou. Ele afirmou que o Komeito não apoiará Takaichi na sua candidatura.
O Komeito, por sua vez, tem se mostrado preocupado com a transparência nas questões financeiras e anunciou que deseja encerrar a coalizão com o PLD por ora. Na visão de Tetsuo, a questão do financiamento político é crucial, e a ruptura reflete a insatisfação com a gestão do PLD.
Em resposta, Takaichi defendeu a importância da aliança com o Komeito após sua recente eleição como presidente do PLD. Com a saída do Komeito, ela agora precisa buscar apoio em outros partidos para garantir sua indicação como premiê.
A decisão sobre o novo primeiro-ministro deve acontecer em breve, com votações previstas nas Câmaras Alta e Baixa do parlamento nas próximas semanas. Essa ruptura marca o fim de uma parceria de 26 anos entre o PLD e o Komeito, representando também a primeira derrota para Takaichi à frente do PLD.
A coalizão já vinha enfrentando dificuldades, especialmente após o PLD perder a maioria na Câmara Alta em julho deste ano. Essas derrotas eleitorais, somadas à saída do Komeito, colocam o partido sob pressão, uma vez que a política japonesa tem sido dominada pelo PLD nas últimas sete décadas.
Takaichi assumiu a liderança do PLD após vencer o ex-ministro Shinjiro Koizumi em um embate acirrado. Ela já ocupou posições importantes, incluindo o cargo de ministra da Segurança Econômica, e sua trajetória política foi marcada por desafios, especialmente nas últimas eleições, que resultaram em um desempenho abaixo do esperado para o seu partido.
