O BTG Pactual anunciou que irá incorporar o Banco Pan, o que resultará na retirada da instituição da bolsa de valores. Como parte dessa operação, os acionistas que possuem ações PN do Banco Pan receberão uma participação de 0,2128 units do BTG Pactual. Essa relação de troca proporciona um prêmio de 30% sobre o preço atual das ações do Pan, segundo informações da própria instituição. O BTG prevê que o processo deve incluir a convocação de uma assembleia geral extraordinária dentro de quatro semanas e espera concluir a operação ainda este ano.
De acordo com o BTG, a incorporação está alinhada à intenção de consolidar uma variedade de produtos financeiros em uma única entidade, aumentando a diversidade e eficiência para diferentes tipos de clientes. O banco acredita que essa união trará benefícios significativos tanto para as empresas envolvidas quanto para seus acionistas. A operação também visa simplificar a estrutura administrativa e societária do grupo, eliminando custos desnecessários e facilitando o acesso ao capital que apoia seus planos de negócios.
Nos últimos meses, surgiram especulações sobre um possível interesse renovado do BTG em realizar uma oferta pública de aquisição de ações (OPA) para tirar o Banco Pan da bolsa. Na apresentação dos resultados do segundo trimestre, o vice-presidente financeiro do BTG, Renato Cohn, confirmou que a instituição sempre considerou a possibilidade de uma OPA, mas isso dependeria do preço oferecido pelas ações do Pan. Ele enfatizou que nenhuma decisão havia sido tomada até o momento.
O BTG Pactual é acionista do Banco Pan desde 2011 e obteve o controle da instituição em 2021, após adquirir as ações que estavam com a Caixa Econômica Federal. O Banco PanAmericano foi fundado em 1963 e passou a ser propriedade do Grupo Silvio Santos em 1969. Em 2010, o banco enfrentou uma grave crise devido a um escândalo de fraude, resultando em um empréstimo emergencial do Fundo Garantidor de Créditos, com a Caixa adquirindo uma participação para evitar a falência.
André Luiz Calabro, que assumiu como novo CEO do Banco Pan em fevereiro, anteriormente ocupava uma alta posição no BTG. Ele já havia manifestado a intenção de estreitar a colaboração com o acionista, especialmente focando na sinergia entre as instituições e no investimento em tecnologia.
Além disso, o BTG informou que a incorporação dará direito de retirada aos acionistas do Banco Pan e também aos detentores de units do BTG, garantindo assim opções para os investidores afetados pela operação.