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Bombeiro comenta socorro a estudante baleado por PM

Imagens de câmeras corporais da Polícia Militar de São Paulo revelam uma situação preocupante relacionada ao atendimento do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos. Ele foi baleado por policiais dentro de um hotel na Vila Mariana, região Sul da cidade, em novembro do ano passado. As gravações mostram que o estado de saúde do jovem foi motivo de risadas entre um bombeiro e um policial militar durante o atendimento dele no hospital.

Após ser ferido, Marco Aurélio foi levado ao centro cirúrgico do Hospital Ipiranga. Nas imagens, um dos bombeiros menciona que “as meninas falaram que eles estão sem tomografia, não tem como localizar nada, vai ser na mão”. Em seguida, ele faz um comentário que sugere indiferença em relação à dor do estudante, desencadeando risadas entre os colegas.

O resgate foi realizado por uma equipe do Corpo de Bombeiros. A família de Marco Aurélio expressou preocupação sobre a conduta dos agentes envolvidos e aguarda uma posição da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

As gravações mostram o jovem agonizando após ter sido baleado. Um novo trecho ilustra sua chegada ao hospital e o encaminhamento à sala de cirurgia. A equipe jurídica da família ressalta que ele chegou à unidade de saúde “sem nenhum curativo ou intervenção aparente de primeiros socorros”.

Enquanto era transportado em uma maca, um dos bombeiros cruzou os braços de Marco Aurélio, a defesa do jovem afirmou que ele foi tratado “com violência”. Durante o atendimento, um policial questionou se o estudante havia usado drogas, ao que o bombeiro respondeu que ele tinha consumido apenas álcool. O PM, por sua vez, mencionou que já havia abordado Marco Aurélio em outra ocasião.

Conforme avanças nas imagens, outro policial afirmou que conhecia o estudante de uma favela próxima. A família relatou que Marco Aurélio só recebeu atendimento médico 47 minutos após ser baleado. O pai do jovem, Júlio César Acosta Navarro, disse que o disparo ocorreu às 2h49, e destacou que os bombeiros levaram aproximadamente 20 minutos para chegar ao local, mais 15 minutos para deixarem o local com o jovem e 12 minutos até chegarem ao hospital.

Júlio expressou sua indignação com a demora no atendimento e a escolha do pronto-socorro, já que havia uma unidade de saúde mais próxima que poderia ter oferecido atendimento adequado. Ele afirmou que, como médico, conhecia falhas na atuação aliada à urgência do caso, argumentando que o filho foi deixado para “agonizar”.

Além disso, uma nova gravação mostra Júlio chegando ao local após receber a notícia sobre o filho e pedindo informações aos policiais que estavam no caso. As imagens foram disponibilizadas à família após uma solicitação judicial, feita sete meses após o ocorrido.

Os advogados da família alegam que as imagens reforçam a ideia de que houve má condução no atendimento ao jovem. Eles ressaltam a série de contradições nas declarações dos policiais. Com base nas novas evidências, o pedido para a prisão preventiva dos envolvidos foi encaminhado.

Marco Aurélio, que completaria 23 anos em 14 de outubro, era conhecido por seu trabalho como mestre de cerimônia e compositor, usando o nome artístico de MC Boy da VM. No Boletim de Ocorrência, os policiais alegaram que ele estava agressivo e tentou resistir à abordagem, informações que foram contestadas pelo novo material apresentado.

Após ser socorrido, Marco Aurélio passou por cirurgia, mas não sobreviveu aos ferimentos. A Secretaria de Segurança Pública afirmou que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa e que os policiais envolvidos foram afastados enquanto se aguarda a finalização do processo legal.

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