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Ameaça de robôs no emprego: como nos defender?

A inteligência artificial (IA) e a robótica estão em auge e têm o potencial de transformar profundamente o mercado de trabalho e a sociedade. Embora muitos concordem sobre suas implicações, as opiniões divergem quanto a quem realmente se beneficiará e quem será prejudicado. É um assunto de grande importância que merece mais atenção.

Recentemente, figuras influentes do mundo da tecnologia, como Elon Musk, Jeff Bezos e Mark Zuckerberg, têm investido quantias substanciais nesses avanços tecnológicos. O que está por trás desse investimento? Muitos acreditam que, ao desenvolver IA e robótica, essas empresas buscam aumentar seus lucros, muitas vezes à custa de empregos que proporcionam renda e estabilidade às pessoas.

O desenvolvimento de robôs e sistemas automatizados pode levar à eliminação de milhões de empregos bem remunerados. Por exemplo, enquanto tenta revitalizar a indústria nos Estados Unidos, muitos se perguntam: de que adianta abrir novas fábricas se essas serão operadas por máquinas em vez de trabalhadores humanos? Musk, por exemplo, afirmou que pretende produzir milhões de robôs, que substituirão trabalhadores em fábricas, armazéns e até em restaurantes.

A situação se complica ainda mais com empresas como a Amazon, que já demitiu 27 mil funcionários desde 2022 e possui mais de um milhão de robôs em suas operações. Em um caso extremo, a Foxconn, conhecida por fabricar produtos para marcas como Apple e Google, substituiu 60 mil trabalhadores por robôs em uma única fábrica na China e agora planeja automatizar completamente suas operações.

Além do setor de manufatura, a automação está ameaçando também ocupações no transporte. O uso de veículos autônomos está se tornando realidade: empresas como FedEx e Walmart já estão testando caminhões sem motorista para entregas. Isso poderá resultar na perda de milhões de vagas para motoristas de caminhão, taxi e ônibus.

De acordo com um relatório recente, a IA e a robótica poderiam substituir quase 100 milhões de empregos nos Estados Unidos na próxima década. Entre as profissões mais afetadas estão enfermeiros, motoristas de caminhão, contadores e trabalhadores de fast food. Algumas estimativas indicam que até 50% dos empregos de nível iniciante no setor administrativo podem desaparecer em cinco anos.

Cautela é necessária. Se as previsões se concretizarem, milhões de pessoas podem ficar desempregadas e enfrentar dificuldades para arcar com as necessidades básicas, como saúde e alimentação. Além disso, o trabalho desempenha um papel importante na vida das pessoas, e a eliminação desses empregos pode ter um impacto negativo em sua autoestima e papel na sociedade.

Por outro lado, a IA também possui o potencial de melhorar a vida humana de diversas maneiras. O desafio será garantir que essas inovações beneficiem a maioria, em vez de apenas enriquecer um pequeno grupo de pessoas muito ricas.

Para lidar com essas mudanças, especialistas sugerem algumas estratégias. Uma delas é a introdução de uma jornada de trabalho de 32 horas sem redução salarial. Com o aumento da produtividade devido à IA, uma carga horária menor poderia melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

Outra proposta é permitir que os trabalhadores tenham participação na governança das empresas, com a capacidade de eleger uma parte dos membros do conselho de administração. Isso poderia garantir que as decisões sobre a utilização da tecnologia considerem o bem-estar dos funcionários.

Além disso, o aumento da participação nos lucros e a promoção do sistema de propriedade coletiva nas empresas podem ajudar a garantir que os trabalhadores se beneficiem do progresso econômico gerado pela tecnologia.

Por fim, em vez de fornecer isenções fiscais para empresas que substituem trabalhadores por máquinas, uma possibilidade seria implementar um imposto sobre robôs. A arrecadação desse imposto poderia ser revertida em benefícios para os trabalhadores afetados.

É evidente que a IA e a robótica trarão mudanças significativas ao nosso país e à maneira como trabalhamos. Essa transformação deve beneficiar a todos, não apenas a um pequeno grupo de bilionários. Abrir um diálogo sobre essas questões é essencial para moldar um futuro mais justo e equitativo para todos.

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