Ambipar (AMBP3) cai 30% após esclarecimento e reunião com CVM

As ações da Ambipar, identificadas pelo código AMBP3, enfrentaram uma queda de mais de 30% nesta segunda-feira, dia 6. A queda foi motivada por uma audiência na Justiça do Rio de Janeiro em que a empresa buscou manter uma decisão cautelar. Essa decisão tenta impedir que instituições financeiras tomem medidas que, segundo a Ambipar, comprometam a continuidade de suas operações. Por volta das 12h39, as ações da companhia eram negociadas a R$ 0,97, com uma desvalorização de mais de 92% em apenas um mês.

A Ambipar se manifestou, afirmando que confia na Justiça para manter a proteção até que possa formalizar seu pedido de recuperação judicial. A empresa destacou a importância dessa medida para salvaguardar a continuidade dos empregos, dos contratos ambientais e da sua contribuição para a economia brasileira.

Outro fator que impactou negativamente as operações da empresa na bolsa foi a notícia sobre a presença do ex-diretor financeiro, João Daniel Pirran de Arruda, em uma audiência com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Arruda estava acompanhado de advogados de dois escritórios conceituados, que já atuaram em casos de empresas como a Americanas e a Braskem.

A situação da Ambipar se agravou na última sexta-feira, dia 3, quando as ações da companhia caíram 54%, resultando em uma perda acumulada de 90% no mês. A empresa está considerando solicitar recuperação judicial tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde parte significativa de suas dívidas está concentrada.

O problema da Ambipar começou com alterações em um contrato de empréstimo de US$ 35 milhões, equivalente a R$ 186 milhões, estabelecido com o Deutsche Bank em setembro. Um aditivo, que foi negociado por um dos executivos, criou um desequilíbrio nas finanças da empresa, o que levou a uma série de questionamentos por parte dos credores.

Aos credores, a empresa relatou um caixa de R$ 4,7 bilhões em seu último balanço, mas até o momento foram encontrados apenas cerca de R$ 430 milhões, levantando ainda mais dúvidas sobre a situação financeira da empresa. Adicionalmente, surgiram alegações de irregularidades em um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), que seria responsável por uma parte considerável do caixa da Ambipar. Fontes indicam que partes relacionadas à empresa estariam operando em ambos os lados das transações, tanto cedendo quanto utilizando os direitos creditórios como colateral.

Diante desse cenário desafiador, a S&P Global Ratings decidiu rebaixar as classificações de crédito da Ambipar, culminando em uma avaliação de ‘D’, que indica inadimplência, uma queda significativa em relação à sua nota anterior de ‘BB-’.

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