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A pena de Odete Roitman e suas implicações – 16/10/2025

Na semana passada, a personagem Odete Roitman, vilã da telenovela “Vale Tudo”, da TV Globo, foi assassinada a tiros no Copacabana Palace. Originalmente exibida nos anos 1980, a novela voltou ao ar em um remake, gerando mais uma vez inquietação entre os telespectadores sobre as circunstâncias do crime. Há até quem acredite que a morte da personagem seja uma farsa.

O público ficará sabendo quem é o(a) responsável pela morte de Odete na noite de sexta-feira (17), quando será exibido o último episódio. Enquanto isso, é possível refletir sobre o impacto e o significado dessa morte na narrativa, além de algo que pode ser considerado fora da ficção, especialmente em relação à política penal.

Antes de perguntar “quem matou Odete Roitman?”, é importante pensar no motivo por trás dessa morte. A atriz Debora Bloch, que interpreta a personagem, comentou em uma entrevista que essa morte pode ser vista como uma catarse na história. Essa ideia sugere que a eliminação da vilã serve como uma forma simbólica de justiça, uma maneira de expiar o ódio que a personagem acumulou ao longo da trama.

Uma pesquisa recente do Datafolha revela como o público atual vê a punição de Odete Roitman na nova versão da novela. Apenas 4% dos entrevistados desejam a morte da personagem, uma queda significativa em relação a 38% de apoio à morte quando a série foi exibida pela primeira vez. A maioria, com 35%, prefere que ela seja presa, enquanto 47% esperam que ela fique pobre.

Esses dados ressaltam a necessidade de se repensar a abordagem penal do Estado. A pena criminal não deve ser apenas uma forma de comunicação que busca punir, mas também deve considerar outras soluções para conflitos. A prisão e mesmo a pena de morte nem sempre refletem o que o público realmente deseja.

É importante lembrar que a Justiça não pode se basear nas reações imediatas do público, que podem ser passageiras. No entanto, tanto na vida real quanto na ficção, a maneira como encaramos a punição deve se centrar na dignidade humana. Esse é um aspecto essencial a ser considerado em qualquer discussão sobre justiça penal.

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