A complexidade das nomeações de bispos na Inglaterra

Na última terça-feira, o Papa Leão XIV anunciou sua primeira nomeação em uma diocese da Inglaterra. O escolhido foi o Bispo Nicholas Hudson, que até então atuava como bispo auxiliar de Westminster. Ele assume agora a Diocese de Plymouth, marcada por uma passagem conturbada, após a desistência de dois candidatos anteriores.

A nomeação de Hudson encerra um período de vacância que acompanhou a diocese do sul da Inglaterra. A expectativa é que o Papa também nomeie em breve outros bispos em território inglês, incluindo um novo arcebispo de Westminster, a posição considerada a mais importante para os católicos na Inglaterra e País de Gales.

Desde 2020, ocorreram diversas nomeações nas 20 dioceses territoriais da Inglaterra. Dentre as principais, destacam-se a nomeação de Patrick McKinney em Nottingham, David Oakley em Northampton, e Stephen Wright em Hexham e Newcastle. No entanto, durante esses anos, as dioceses de maior destaque, como Westminster e Birmingham, mantiveram seus bispos e não tiveram mudanças de liderança.

Nas últimas nomeações, surgiram também dois núncios apostólicos: os arcebispos Claudio Gugerotti e Miguel Maury Buendía, que tiveram papel importante na seleção de novos bispos. A dinâmica de nomeações, entretanto, não tem sido ágil. Nos últimos anos, alguns candidatos foram nomeados para dirigir dioceses, mas acabaram desistindo antes de assumir.

Uma característica observada nas nomeações é a tendência de bispos auxiliares ascenderem a cargos de liderança em dioceses. A média de idade dos novos bispos desde 2020 tem se situado em torno de 65 anos, com uma preferência por candidatos entre 63 e 67 anos, apesar de algumas exceções.

O Papa e a equipe responsável pelas nomeações enfrentam desafios na escolha de novos líderes, com um número significativo de padres se recusando a aceitar convites para tornar-se bispos. Isso complicou ainda mais a busca por líderes para as dioceses.

Além disso, o Bispo David Oakley, que lidera a Diocese de Northampton desde 2020, está em licença por razões desconhecidas, mas é considerado um forte candidato a suceder o Cardeal Vincent Nichols como arcebispo de Westminster.

A transferência de Hudson para Plymouth pode desencadear uma série de mudanças na hierarquia, já que sua saída gera uma nova vaga de bispo auxiliar em Westminster. Diante desse cenário, as próximas nomeações podem transformar a estrutura da liderança católica na Inglaterra até 2030.

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