O Corinthians possui um dos centros de formação mais reconhecidos do futebol brasileiro. Localizado no CT Joaquim Grava, o espaço reúne estrutura completa para o desenvolvimento de jovens atletas, desde campos de treinamento até suporte educacional.
O clube tem histórico de revelar talentos que se destacam no cenário nacional e internacional. Nomes como William e Malcom são exemplos de jogadores que passaram pelas categorias de base antes de brilhar no time principal.
Atualmente, a política de investimento em jovens promessas é prioridade. O orçamento destinado à formação em 2022 ultrapassou R$ 8,6 milhões, reforçando o compromisso com o futuro do futebol.
A história da base do Corinthians e seu legado no futebol
Desde os anos 1960, o clube alvinegro forma atletas que marcam época. Rivellino, revelado em 1965, foi o primeiro grande nome a surgir das categorias jovens. Sua técnica refinada e visão de jogo abriram caminho para outras gerações.
De Rivellino aos anos 2000: os primeiros “Filhos do Terrão”
Nos anos seguintes, outros talentos consolidaram a reputação do time. Jogadores como Sócrates e Marcelinho Carioca mostraram que a formação corintiana vai além do campo. Eles representaram valores como liderança e criatividade.
Nos anos 2000, nomes como Dentinho e Jô ganharam destaque. Ambos passaram pelas categorias de base antes de atuar no time principal. Jô, por exemplo, disputou 179 partidas antes de seguir carreira no exterior.
A geração campeã de 2017 e seu impacto
Em 2017, uma nova leva de jogadores mostrou força. Maycon e Guilherme Arana foram peças-chave no título brasileiro. Arana, em especial, teve participação direta em 12 gols durante a campanha.
Pedrinho também se destacou, com 141 jogos antes de ser vendido ao Benfica. A transação, de 18 milhões de euros, reforçou o potencial financeiro das revelações. Fagner, outro produto da base, já ultrapassou 350 partidas pelo clube.
Essa geração bicampeã (2015 e 2017) provou que o investimento em jovens dá frutos. O legado continua, com novos nomes surgindo a cada temporada.
Estrutura da base do Corinthians e revelações recentes
Em 2022, o Corinthians inaugurou novas instalações para o desenvolvimento de talentos. O centro de treinamento, localizado no CT Joaquim Grava, não possui alojamentos, mas oferece estrutura completa para treinos e preparação física.
O CT da base: instalações e metodologia
O espaço abriga 80 atletas nas categorias sub-16, sub-17 e sub-20. A Casa do Atleta, no Tatuapé, tem capacidade para 40 jogadores e serve como apoio logístico.
O técnico português Vítor Pereira implementou métodos modernos de treinamento. Entre eles:
- Análise de desempenho com tecnologia.
- Programas educacionais paralelos.
- Preparação física personalizada.
Como o clube identifica e desenvolve talentos
O sistema de captação inclui observadores parceiros, como Alysson Marins. Eles avaliam jogadores em todo o Brasil, focando em habilidades técnicas e disciplina.
Em 2022, 15 atletas da base foram promovidos ao time profissional. O clube também mantém parcerias com escolas regionais para identificar promessas.
Os maiores ídolos revelados pelo Terrão
O Corinthians construiu uma tradição de formar atletas que se tornam referências no futebol. Alguns nomes se destacam não apenas pelos números, mas pela identificação com a torcida e o legado deixado no clube.
Julio Cesar e Dentinho: destaques do século 21
Julio Cesar atuou pelo clube entre 2005 e 2013, acumulando 141 jogos e nove títulos. O goleiro foi peça fundamental em conquistas como a Copa do Brasil de 2009 e o Campeonato Brasileiro de 2011.
Dentinho, por sua vez, marcou 55 gols em 187 partidas antes de seguir para o futebol ucraniano. O atacante ficou conhecido pela habilidade em finalizações e pelo carisma dentro de campo.
Fagner e Marquinhos: de São Paulo para o mundo
Fagner retornou ao clube em 2014 e se tornou um dos laterais mais consistentes. Com 349 jogos e cinco títulos, é um dos líderes do elenco atual.
Marquinhos teve passagem rápida, mas impactante. Em apenas 15 partidas, chamou a atenção da Roma e, posteriormente, do PSG, onde se consolidou como um dos melhores zagueiros da Europa.
- Júlio Cesar: 9 títulos em 8 anos.
- Dentinho: artilheiro com média de 0,29 gols por jogo.
- Fagner: 5 títulos e mais de 350 partidas.
- Marquinhos: transferência milionária após meio ano no time principal.
Jô, revelado em 2003, ainda detém o recorde de jogador mais jovem a marcar um gol pelo clube, com 16 anos e quatro meses. Esses nomes mostram a capacidade de formar talentos em diferentes posições.
Jogadores que brilharam no Timão e depois no exterior
A trajetória de atletas formados no Corinthians ultrapassa fronteiras. Muitos se destacaram no clube e depois conquistaram espaço em ligas internacionais, levando o nome alvinegro para outros continentes.
Willian e Guilherme Arana: carreiras consolidadas na Europa
Willian foi vendido ao Shakhtar Donetsk em 2007 por US$ 20 milhões. No Chelsea, onde atuou por sete anos, conquistou duas Premier Leagues e uma Liga Europa.
Guilherme Arana jogou 89 vezes pelo clube antes de ir para o Sevilla. Passou ainda pelo Atlético-MG, onde foi campeão mineiro em 2022 com três gols e sete assistências.
Malcom e Pedrinho: negócios que marcaram época
Malcom atuou em 73 partidas pelo time principal antes de seguir para o Zenit. Na Rússia, tornou-se vice-artilheiro da Liga dos Campeões na temporada 2021/22.
Pedrinho foi negociado com o Benfica em 2020 por €18 milhões, maior venda da história da base. Atualmente, atua no Shakhtar Donetsk, onde busca espaço após empréstimo.
Jogador | Clube atual | Valor de transferência | Títulos conquistados |
---|---|---|---|
Willian | Fulham | US$ 20 mi | 5 |
Guilherme Arana | Atlético-MG | €11 mi | 3 |
Malcom | Zenit | €40 mi | 4 |
Pedrinho | Shakhtar | €18 mi | 2 |
O mecanismo de solidariedade da FIFA garante que o Corinthians receba porcentagem em transferências futuras. Esse recurso ajuda a financiar novos projetos nas categorias de base.
Promessas atuais da base corintiana
O cenário atual da formação corintiana apresenta jovens com potencial para seguir os passos de grandes ídolos. Entre os nomes em destaque, Pedro, Biro e Arthur Sousa chamam atenção pela rapidez na evolução.
Pedro e Biro: as joias do sub-20
Pedro, de 16 anos, foi descoberto no futsal de Barueri. Com contrato até março de 2025, o atacante já treinou com o time principal e é artilheiro da Copinha. Atualmente, se recupera de uma lesão, mas mantém expectativas altas.
Biro, de 18 anos, passou por adaptação. Iniciou como lateral, mas hoje atua como meia. Marcou um gol em 20 jogos pelo profissional e tem contrato até novembro de 2023.
Arthur Sousa e outros nomes para ficar de olho
Arthur Sousa, centroavante do sub-20, tem números expressivos: 14 gols em 22 jogos. Convocado para a seleção brasileira sub-20, seu contrato vai até outubro de 2024.
Outros destaques incluem:
- Robert Renan: zagueiro titular no time principal, com 19 anos.
- Wesley: ponta de 17 anos, em fase de recuperação de lesão.
“A integração com o elenco profissional é parte essencial do desenvolvimento”, comenta um observador do clube.
O modelo de formação inclui participação em competições nacionais, como a Copinha, e acompanhamento educacional.
A política atual do clube com as categorias de base
A gestão atual do clube prioriza a formação de jovens talentos como estratégia de longo prazo. Sob a presidência de Duilio Monteiro Alves, houve redução nas contratações externas. O foco agora é desenvolver jogadores internamente.
Em 2022, o orçamento destinado às categorias jovens foi de 2% do total. Esse valor, cerca de R$ 8,6 milhões, é investido em estrutura e captação de talentos. O clube mantém 8 profissionais dedicados exclusivamente à observação de promessas.
Comparado a outros times brasileiros, o investimento anual fica entre R$18 milhões e R$20 milhões. A tabela abaixo mostra como os recursos são distribuídos:
Área | Percentual do orçamento | Principais ações |
---|---|---|
Infraestrutura | 45% | Manutenção de campos e equipamentos |
Captação | 30% | Viagens de observação e parcerias |
Educação | 15% | Acompanhamento escolar |
Saúde | 10% | Fisioterapia e nutrição |
O técnico Vítor Pereira implementou mudanças no processo de promoções. Jogadores como Lucas Piton e Du Queiroz ganharam espaço no time principal. Ambos passaram por todas as categorias de base antes de estrear.
O clube mantém política de retenção de 20% em futuras vendas. Essa porcentagem é reinvestida em novos projetos. A construção de alojamentos para 140 atletas está entre as prioridades, com previsão de conclusão em sete meses.
“A integração entre base e profissional é chave para o sucesso”, afirma Carlos Brazil, gerente-geral da formação.
Parcerias com escolinhas de futsal e clubes regionais complementam a estratégia. O objetivo é formar atletas completos, tanto dentro quanto fora de campo.
Como a base do Corinthians se espalha pelo Brasil
A diversidade geográfica é uma característica marcante das categorias de base. O clube mantém uma rede de observação que identifica talentos em várias regiões do país.
Origem dos atletas por região
Dados atualizados mostram que 54% dos jogadores vêm de São Paulo. O Nordeste contribui com 15% do total, enquanto o Centro-Oeste aparece com 12%.
As demais regiões apresentam os seguintes percentuais:
- Sul: 8%
- Norte: 6%
- Estrangeiros: 5% (incluindo Thomas Agustin, argentino do sub-20)
Arthur Sousa, atacante revelado em Brasília, exemplifica essa política. Recrutado através do Desportivo Brasil, ele já marcou 14 gols em 22 jogos pelo sub-20.
Estratégias de captação
O clube mantém parcerias com centros formadores em outros estados. O Desportivo Brasil, em Porto Feliz, é um dos principais aliados na identificação de promessas.
Essas colaborações ajudam a superar desafios logísticos. A falta de alojamentos no CT Joaquim Grava dificulta a vinda de atletas de regiões distantes.
“Nosso objetivo é ter representantes em todos os estados brasileiros”, explica o coordenador de captação.
Além do futebol, o acompanhamento escolar é prioridade. Jovens de outras regiões recebem suporte educacional para garantir desenvolvimento integral.
Os estrangeiros do Terrão: garimpando talentos fora do país
A busca por jovens promessas não se limita ao território nacional. O clube expandiu sua rede de observação para outros países, identificando atletas com potencial para reforçar as categorias de base.
Thomas Agustin, zagueiro argentino de 18 anos, é um dos destaques. Chegou em 2021 após transferência familiar. O jogador já se adaptou ao futebol brasileiro e atua no sub-20.
Gabriel Yuske representa a diversidade do projeto. Nascido no Japão, o meia-atacante de 16 anos possui dupla nacionalidade. Sua técnica apurada chama atenção nos treinos.
Justin Tyler completa o trio internacional. O atacante norte-americano, também com 16 anos, teve passagem pelo Flamengo antes de chegar ao CT Joaquim Grava.
Jogador | Posição | Idade | Origem |
---|---|---|---|
Thomas Agustin | Zagueiro | 18 anos | Argentina |
Gabriel Yuske | Meia-atacante | 16 anos | Japão |
Justin Tyler | Atacante | 16 anos | Estados Unidos |
A estratégia de scouting internacional inclui parcerias com agentes e clubes estrangeiros. O objetivo é encontrar jogadores que se adaptem ao estilo de jogo brasileiro.
Comparado a outros times, o clube mantém uma política equilibrada. Enquanto alguns investem pesado em atletas estrangeiros, a prioridade segue sendo a formação local.
As perspectivas para esses jovens são positivas. A integração com o elenco profissional deve ocorrer gradualmente, seguindo o modelo aplicado a jogadores revelados nas categorias de base.
“O futebol não tem fronteiras. Identificamos talentos onde eles estiverem”, afirma o coordenador de captação.
O acompanhamento desses atletas inclui adaptação cultural e suporte linguístico. A meta é desenvolver não apenas habilidades técnicas, mas também pessoais.
O impacto financeiro das revelações
A formação de jogadores no Corinthians gera retorno significativo. Nos últimos anos, as vendas de atletas revelados contribuíram para o equilíbrio financeiro do clube.
Negociações que marcaram época
Pedrinho foi vendido ao Benfica em 2020 por €18 milhões. O valor representa a maior transação envolvendo um jogador formado nas categorias jovens.
Maycon, negociado com o Shakhtar em 2018, rendeu R$26 milhões. Gabriel Pereira seguiu para o NYCFC em 2022 pelo mesmo valor, mostrando consistência nas transações.
Jogador | Clube comprador | Valor | Ano |
---|---|---|---|
Pedrinho | Benfica | €18 mi | 2020 |
Maycon | Shakhtar | R$26 mi | 2018 |
Gabriel Pereira | NYCFC | R$26 mi | 2022 |
Mecanismo que beneficia o clube
A FIFA estabelece porcentagem de solidariedade em transferências. Quando um atleta é negociado, o clube formador recebe 5% do valor total.
Carlos Augusto, revelado em 2016, gerou recursos extras. Vendido ao Monza em 2022, parte do valor foi reinvestido na estrutura de formação.
- Recursos aplicados em manutenção de campos
- Investimento em tecnologia de análise
- Ampliação do quadro de observadores
Em 2022, o mecanismo gerou R$2,3 milhões para o caixa. A previsão é que valores aumentem com novas negociações.
“A formação de atletas é um ciclo virtuoso. Investimos no presente para colher no futuro”, afirma o diretor financeiro.
O clube mantém cláusulas em contratos de jogadores revelados. Esses acordos garantem percentual em futuras transferências, assegurando retorno a longo prazo.
Desafios e futuro da base alvinegra
Manter a excelência na formação de atletas requer superar desafios estruturais. A falta de alojamentos no CT Joaquim Grava limita a capacidade de receber jovens de outras regiões. Um projeto em andamento prevê espaços para 140 atletas até o final do ano.
Comparado a outros centros de treinamento, a infraestrutura apresenta:
- 3 campos de grama natural
- Laboratório de análise de desempenho
- Falta de dormitórios integrados
Retenção de talentos como Pedro exige estratégias específicas. Contratos com multas rescisórias altas e planos de carreira são adotados. O atacante de 16 anos tem acordo até 2025 com cláusula de R$ 50 milhões.
Academias europeias oferecem concorrência direta. Clubes como Ajax e Benfica investem até €3 milhões por ano em observação. O clube responde ampliando sua rede de scouts para 12 profissionais.
“O futsal é escola para tomada de decisão rápida. 60% dos nossos jogadores passaram por essa modalidade”, explica Dyego Coelho, coordenador.
A integração tecnológica avança com:
- Dispositivos de monitoramento físico
- Software de análise tática
- Realidade virtual para treinos cognitivos
O futebol moderno exige adaptação constante. Os planos incluem parcerias com universidades para pesquisas em desempenho atlético. O objetivo é formar atletas preparados para os desafios dentro e fora de campo.
Conclusão
Ao longo dos anos, o projeto de formação se consolidou como referência no futebol brasileiro. Combina métodos tradicionais com ferramentas modernas como o Wyscout, mantendo a essência que revelou grandes nomes.
O modelo atual preserva valores históricos enquanto se adapta às demandas do esporte contemporâneo. Jovens como Rhayan, artilheiro do sub-12, representam essa evolução constante.
O mecanismo de solidariedade da FIFA segue sendo peça-chave no planejamento. Permite reinvestir em novas gerações, criando um ciclo sustentável de desenvolvimento.
Torcedores podem acompanhar as promessas atuais através dos campeonatos de base. O futuro do clube se constrói diariamente no CT Joaquim Grava.