No início de 2023, o analista técnico André Moraes destacou a possibilidade de uma nova era para a Bolsa brasileira, chamando a atenção do mercado financeiro. Ao final do primeiro trimestre, o Ibovespa registrou uma alta superior a 8%. Moraes credita essa movimentação a paralelos com períodos anteriores, como o de 2016, quando, apesar do pessimismo generalizado, sinais contraditórios indicavam uma recuperação iminente.
“Uma queda acentuada nos países emergentes pode provocar uma explosão no mercado com o simples acionamento de um gatilho”, afirmou Moraes, referindo-se ao contexto de 2016, quando o impeachment da então presidente Dilma Rousseff desencadeou um ciclo de alta que durou cinco anos.
Em sua análise, Moraes menciona que, naquele momento, a alta taxa de juros e os rendimentos do Tesouro Direto estavam atraindo a atenção dos investidores, o que definia um ponto de inflexão no mercado. Com a percepção de que tanto a Bolsa quanto a renda fixa estavam na linha de investimento interessante, não tardou a que o cenário se invertesse rapidamente.
Atualmente, Moraes identifica que o panorama de 2023 possui similaridades com 2016, mas com nuances próprias. Ele considera que estamos prestes a entrar em uma nova fase do mercado, ainda sem um nome definido, mas que já apresenta sinais claros. “Experienciamos quatro eras no mercado: commodities, o Fim do Brasil, a ressurreição e a inflação. Agora, podemos estar diante de uma grande onda de recuperações”, esclareceu Moraes.
Os fatores que sustentam essa perspectiva incluem um rali eleitoral antecipado para 2026, uma moderação no pessimismo, uma possível estabilização da inflação e a expectativa de juros inferiores ao que o mercado havia previsto. Além disso, ele observa um fluxo de investimentos internacionais crescente e um número reduzido de ações disponíveis no mercado, o que pode provocar uma continuidade do short squeeze.
Moraes também nota que, diferentemente de ciclos eleitorais anteriores, o atual rali eleitoral pode ter sido iniciado mais cedo. Ele compara essa oportunidade ao fenômeno ocorrido na Argentina, onde o índice local se valorizou 1.400% após a eleição de Javier Milei, beneficiando aqueles que entraram no momento certo.
A análise de Moraes não se limita a gráficos. Ele enfatiza a importância de compreender tanto o ambiente macroeconômico quanto o microeconômico para fazer previsões precisas sobre o mercado. “A análise técnica é uma ferramenta poderosa, mas deve ser utilizada dentro de um contexto mais amplo para ser realmente eficaz”, afirma.
Com a abordagem certa, Moraes acredita que o mercado pode surpreender os analistas. Ele menciona que, embora o Ibovespa tenha alcançado o topo histórico neste ano, isso pode ser apenas o começo de uma nova onda de crescimento. Para ele, os últimos quatro anos foram de acumulação e a fase de alta, que ainda nem começou de verdade, pode surpreender quem tenta prever o futuro do índice.
André Moraes se mantém otimista sobre as possibilidades para a Bolsa, afirmando que o futuro pode ser promissor para quem estiver atento às mudanças e dinâmicas atuais do mercado.