Tecnologia

Polêmica envolve aplicativo Sora da OpenAI e sua missão em inteligência artificial

O aplicativo Sora, desenvolvido pela OpenAI, foi lançado oficialmente no dia 30 de setembro, introduzindo uma nova dinâmica na criação de vídeos realistas através do uso avançado de inteligência artificial (IA). Utilizando o modelo Sora 2, o app oferece ao usuário a possibilidade de gerar conteúdos visuais extremamente próximos à realidade, o que gerou um intenso debate sobre o alinhamento dessas capacidades com a missão declarada da OpenAI.

Dentre as principais preocupações está a utilização de deepfakes e o risco potencial para os direitos autorais, aspectos que especialistas apontam como problemáticos no contexto atual da produção de mídias digitais. Estes pontos levantam dúvidas sobre como um aplicativo de criação de vídeos se encaixa nas diretrizes da OpenAI, que tem como missão garantir que sistemas autônomos com inteligência superior ajudem a humanidade de forma benéfica.

A OpenAI foi fundada em 2015 com o propósito declarado de desenvolver a Inteligência Artificial Geral (IAG) que possa beneficiar toda a humanidade. A empresa acredita que, ao atingir esta meta, a tecnologia resultante não apenas impulsionará a economia global, mas também facilitará descobertas científicas significativas e expandirá as fronteiras do conhecimento humano.

Não obstante, a chegada do aplicativo Sora não proporcionou certezas de que ele atua em sinergia com os objetivos de longo prazo da organização. Rohan Pandey, ex-pesquisador da OpenAI, foi vocal em suas críticas ao novo lançamento e utilizou a ocasião para destacar sua própria startup, a Periodic Labs, voltada para usos científicos da IA. Pandey expressou suas preocupações em relação ao uso de IA em mídias sociais que, segundo ele, poderiam resultar em um “lixo infinito” semelhante ao TikTok, desviando o foco dos avanços mais científicos da IA.

John Hallman, pesquisador em pré-treinamento da OpenAI, também exteriorizou preocupações sobre o componente ético dos feeds de redes sociais constituídos por IA. Entretanto, ele reconheceu os esforços da equipe responsável pelo aplicativo Sora em criar uma experiência que buscasse ser positiva, reforçando o compromisso contínuo da OpenAI em utilizar IA para fins que promovam o bem-estar humano.

Outro pesquisador da OpenAI, Boaz Barak, que também leciona na Universidade de Harvard, pontuou suas reservas no que diz respeito às análises prematuras do Sora. Barak destacou o potencial técnico do aplicativo, mas sublinhou a necessidade de uma vigilância constante para evitar os riscos associados aos deepfakes e às mídias sociais enganosas.

Além disso, Will DePue, que trabalha com aprendizado por reforço aplicado a modelos de linguagem na OpenAI, fez eco às congratulações dirigidas à equipe de desenvolvimento do Sora, mas alertou para os desafios futuros, especialmente quanto ao impacto dos modelos de vídeo na informação, política e saúde mental pública.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, por sua vez, abordou as críticas de forma a enfatizar a dualidade entre atrair investimentos necessários para inovação e a introdução de novas tecnologias para o público. Altman iterou a importância de se investir em IA com potencial de revolução científica, enquanto ao mesmo tempo destaca o papel de tecnologias populares como o Sora em oferecer vislumbres do que a IA pode alcançar.

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