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Ativistas, incluindo Greta Thunberg, interceptados por militares israelenses

Na noite de quarta-feira, o exército israelense interceptou e abordou vários navios do conjunto de ajuda conhecido como Global Sumud Flotilla, que se dirigia a Gaza. Os organizadores da missão afirmaram que continuarão seus esforços sem se deixar abalar.

Segundo a Global Sumud Flotilla, conhecida pela tentativa de levar ajuda humanitária a Gaza, diversos barcos, incluindo os chamados Alma, Sirius e Adara, foram “ilegalmente interceptados” por forças israelenses em águas internacionais. A organização posiciona-se contra a política de bloqueio marítimo de Israel, que dura 18 anos.

Após a interceptação confirmada, a comunicação com várias outras embarcações foi perdida e a organização está trabalhando para localizar todos os participantes e a equipe a bordo. Apesar da situação, a flotilha estava a 70 milhas náuticas da costa de Gaza e reiteraram que prosseguiriam com seus objetivos.

Além dos barcos interceptados, a Global Sumud Flotilla relatou que algumas embarcações sofreram ataques. Um dos barcos foi supostamente “ramelado no mar” e outros dois foram atacados com canhões de água. Um vídeo divulgado pela organização mostra uma das embarcações sendo atingida, mas todos a bordo estão, segundo a organização, ilesos. O exército israelense não confirmou essa versão dos eventos.

O ministério das Relações Exteriores de Israel afirmou que alguns navios foram “parados com segurança” e seus ocupantes estão sendo transferidos para um porto israelense. O ministério também destacou que as ativistas, incluindo a sueca Greta Thunberg, estão “seguras e saudáveis” após serem vistas em um vídeo junto com militares.

O embaixador de Israel nas Nações Unidas declarou que aqueles que tentaram entrar ilegalmente em território israelense seriam deportados após as festividades do Yom Kipur. Ele enfatizou a intenção de não permitir que ações promocionais em uma zona de conflito comprometam a soberania israelense.

A interceptação dos navios gerou reações globais. Na Itália, protestos ocorreram em várias cidades, com um importante sindicato convocando uma greve nacional em solidariedade à flotilha. A Turquia classificou os atos de Israel como “ato de terrorismo” e a organização Hamas denunciou como um “assalto traiçoeiro e ato de pirataria”. O presidente da Colômbia também condenou a ação de Israel, chamando-a de “crime internacional”.

A flotilha, com mais de 500 participantes de diversas nacionalidades, partiu de Barcelona em 31 de agosto e tem como objetivo entregar alimentos, água e medicamentos aos civis em Gaza. Entre os voluntários, há legisladores espanhóis e italianos, além de Thunberg.

Israel já havia advertido que impediria a flotilha de alcançar Gaza e ofereceu alternativas para a entrega da ajuda humanitária, mas os organizadores recusaram-se a aceitar essa proposta, insistindo que os suprimentos só seriam entregues diretamente aos civis em Gaza. Além disso, a flotilha alega ter sido alvo de ataques com drones por parte de Israel, caracterizando esses atos como parte de uma campanha de intimidação.

Em resposta aos ataques alegados, tanto Itália quanto Espanha se comprometeram a enviar navios para auxiliar a flotilha, embora tenham declarado que suas embarcações não entrarão na zona de exclusão marítima de Israel. A primeira-ministra italiana alertou sobre os riscos da missão, sugerindo que a ajuda poderia ser enviada de forma mais rápida e segura pelo governo italiano.

Historicamente, tentativas de entrega de ajuda a Gaza encontrou resistência semelhante, com forças israelenses frequentemente interceptando ou até atacando os barcos. Em 2010, um ataque a uma flotilha resultou em nove mortes de cidadãos turcos, criando uma onda de condenação internacional na época.

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