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Missões Espaciais Europeias Focam no Cometa Interestelar 3I/ATLAS para Estudos Avançados

No último dia 26, a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou uma nova empolgante empreitada de suas missões interplanetárias: a observação do cometa interestelar 3I/ATLAS. Este cometa, identificado inicialmente em julho de 2025 pelo sistema de telescópios ATLAS no Chile, chamou a atenção não apenas por sua impressionante trajetória, mas também por sua velocidade extraordinária de cerca de 219.000 km/h. Essa velocidade, aliada à sua rota distinta, indica uma origem externa ao nosso sistema solar, tornando-o um objeto de interesse significativo para estudos científicos.

O 3I/ATLAS, contudo, não será um espetáculo visível para nós indefinidamente. De acordo com previsões astronômicas, ele estará visível da Terra apenas até setembro de 2025, quando sua trajetória o levará demasiado perto do Sol, tornando-o invisível para observações a partir do nosso planeta. Ciente dessa limitação, a ESA se prepara para utilizar sondas espaciais que já estão posicionadas para garantir observações contínuas do cometa. Entre os dias 1 e 7 de outubro, as sondas Mars Express e ExoMars Trace Gas Orbiter estarão monitorando o 3I/ATLAS à medida que ele se aproxima de Marte, atingindo uma distância mínima de 30 milhões de km no dia 3 de outubro.

Além disso, a missão Psyche da NASA, que está a caminho do asteroide 16 Psyche, possui o potencial de registrar imagens do cometa durante sua jornada pelo cinturão de asteroides. Essa colaboração internacional e multiorganizacional é vital, permitindo que os cientistas tenham acesso a dados detalhados do núcleo e da atividade do cometa em tempo real, algo que seria impossível de se alcançar apenas com o uso de telescópios baseados na Terra.

Outro marco crucial para a exploração do cometa 3I/ATLAS será a observação pela missão Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE) da ESA, prevista para ocorrer entre 2 e 25 de novembro. Esta missão aproveitará o momento em que o cometa estará mais próximo do Sol, induzindo intensa atividade em seu interior. A interação com a radiação solar fará com que os gelos do núcleo se transformem em gás, formando uma coma brilhante e uma extensa cauda composta de poeira e gás. Essa dinâmica oferecerá aos cientistas uma oportunidade única de capturar a assinatura química do cometa, possibilitando uma análise detalhada de sua composição.

As informações coletadas durante este período fornecerão uma comparação inestimável entre a química do 3I/ATLAS e a dos cometas originários do sistema solar. Estas comparações são essenciais para determinar se os componentes fundamentais dos planetas são características universais ou se variam de sistema estelar para sistema estelar. O estudo do cometa durante o auge de sua atividade também proporcionará insights valiosos sobre a forma como objetos interestelares interagem com nosso sol e se destacam dos cometas locais, contribuindo para uma compreensão mais ampla da formação planetária e dos elementos constitutivos em outros sistemas estelares.

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