Tecnologia

Lançamento do Sora 2 pela OpenAI é cercado por polêmicas sobre direitos autorais e deepfakes

A OpenAI anunciou o lançamento do Sora 2, juntamente com a estreia do aplicativo Sora, na última terça-feira, 30 de outubro. Desde então, a nova plataforma tem gerado discussões acaloradas, principalmente sobre possíveis violações de direitos autorais, a criação de deepfakes e o uso de imagens de terceiros para gerar vídeos com inteligência artificial. A introdução dessa tecnologia no mercado trouxe à tona preocupações sobre como ela pode ser usada, especialmente em torno da propriedade intelectual e do consentimento.

Um dos pontos mais discutidos antes mesmo do lançamento oficial foi levantado pelo The Wall Street Journal. Segundo o jornal, a política da OpenAI permite que conteúdos protegidos por direitos autorais permaneçam disponíveis na plataforma, a menos que os detentores desses direitos optem por bloqueá-los ativamente. Isso gerou bastante repercussão entre criadores de conteúdo e corporações, principalmente após relatos de tentativas de usuários em criar vídeos com personagens icônicos como Darth Vader e Mickey Mouse terem sido frustradas, aparentemente devido à Disney ter bloqueado seu uso dentro do Sora.

Entretanto, outros personagens continuam disponíveis para os usuários do Sora, permitindo a criação de vídeos com figuras conhecidas como Sonic, Pikachu, Ronald McDonald e os personagens de Rick and Morty, que já foram vistos em criações ao lado de Sam Altman, CEO da OpenAI. A inclusão desses personagens abre espaço para debates sobre quais limites devem ser impostos nos sistemas de geração de conteúdo por IA para proteger a integridade e os direitos dos autores e detentores de licenças.

Uma das características mais comentadas do Sora é sua capacidade de criar e compartilhar deepfakes. A plataforma inclui um recurso chamado “cameos”, que possibilita aos usuários inserir suas próprias imagens em qualquer cena disponível para criar vídeos personalizados. Isso levanta questões sobre a privacidade e a possibilidade de mau uso dessa tecnologia, uma vez que usuários podem criar deepfakes utilizando imagens de outras pessoas sem o consentimento delas.

Em um esforço para mitigar problemas, a OpenAI divulgou que figuras públicas e celebridades não poderão ter suas imagens utilizadas sem permissão explícita, a menos que elas mesmas façam o upload de suas imagens e autorizem o uso, uma ação já tomada por Sam Altman. No Sora, Altman já foi visto em vídeos surpreendentes, como roubando ilustrações de Hayao Miyazaki, cofundador do Studio Ghibli, além de enredos humorísticos, como estar vestido de gato e cantando dentro de um vaso sanitário.

Para garantir a segurança e a adequação dos conteúdos compartilhados, o aplicativo inclui um conjunto de restrições para bloquear materiais que possam ser considerados inseguros ou prejudiciais. Isso abrange conteúdos de natureza sexual, violência gráfica, discursos de ódio e qualquer tipo de material que promova automutilação ou distúrbios alimentares. A OpenAI também implementou limites na quantidade de conteúdo que adolescentes podem acessar diariamente, sinalizando uma preocupação com a segurança dos usuários mais jovens da plataforma.

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