O desenvolvimento tecnológico, que inicialmente pode causar resistência, acaba por transformar a forma como muitas atividades são realizadas. O mercado de trabalho é especialmente impactado por essa evolução, onde profissões inteiras podem desaparecer à medida que novas soluções tecnológicas são adotadas. Atualmente, há uma preocupação crescente sobre o impacto da inteligência artificial no emprego, mas décadas antes do surgimento de tecnologias como o ChatGPT, inúmeras profissões já haviam desaparecido, substituídas por máquinas e softwares modernos.
No século XX, muitas profissões tradicionais foram extintas à medida que a automação e a tecnologia avançaram. Exemplos notáveis incluem os ‘computadores humanos’, datilógrafos, operadores de elevador, telefonistas, caixas de supermercado, trabalhadores de fábricas, trabalhadores de armazém, digitadores de dados, caixas bancários e agentes de viagem. Cada uma dessas profissões foi substituída por soluções tecnológicas mais eficientes que transformaram profundamentes suas indústrias.
Uma das profissões que se tornou obsoleta foi a dos ‘computadores humanos’. Antes da invenção dos computadores eletrônicos, que dominaram o mercado a partir da década de 1940, havia indivíduos especializados em realizar complicados cálculos manuais, essenciais em áreas como a engenharia e a exploração espacial. A chegada de computadores eletrônicos capazes de realizar cálculos em segundos revolucionou a forma como essas operações eram realizadas, tornando desnecessária essa atividade manual.
Da mesma forma, os datilógrafos eram profissionais fundamentais para a criação de textos com máquinas de escrever, garantindo que documentos fossem redigidos sem erros. Este trabalho exigia precisão, pois um simples erro significava reescrever toda uma página. A introdução de computadores pessoais e softwares de edição como o Microsoft Word eliminou a necessidade desse tipo de especialização, possibilitando revisões rápidas e correção automática de erros.
Outra profissão que desapareceu foi a de operador de elevador. Antigamente, era comum em prédios comerciais e hotéis contar com a presença de alguém controlando manualmente o elevador e garantindo a parada no andar correto. Com o desenvolvimento de sistemas automatizados, os elevadores passaram a operar sem a necessidade de manipulação manual, proporcionando mais segurança e precisão.
Telefonistas eram responsáveis por conectar chamadas telefônicas manualmente no início do século XX. Com a automação das centrais telefônicas e a capacidade de processar milhões de chamadas simultaneamente, essa profissão foi completamente eliminada, proporcionando um sistema de comunicações mais rápido e eficiente.
Enquanto os caixas de supermercado ainda existem, seu número continua a diminuir com a adoção crescente de sistemas de autoatendimento. Desde a implementação da leitura por código de barras, a necessidade de funcionários para registrar itens manualmente diminuiu. Além disso, modalidades de compra online ganharam força, especialmente após 2020, alterando radicalmente o panorama do varejo.
No ambiente industrial, os trabalhadores de fábrica também foram atingidos pela onda de automação. O crescimento de máquinas e robôs nas linhas de montagem substituiu muitas das tarefas repetitivas realizadas por humanos, aumentando a eficiência e segurança, mas reduzindo o número de posições disponíveis.
Nos armazéns, robôs e sistemas automatizados agora realizam muitas das tarefas anteriormente feitas por humanos, como movimentar, carregar e embalar mercadorias, proporcionando operações mais rápidas e precisas.
O trabalho de digitalização manual de dados foi praticamente extinto com o advento de softwares de automação que utilizam o reconhecimento óptico de caracteres, ou OCR, para digitalizar documentos e transferi-los para bancos de dados rapidamente e sem erros.
Os caixas bancários viram sua relevância diminuir com o advento dos caixas eletrônicos nos anos 1960 e a expansão dos serviços bancários online. Hoje, muitas transações financeiras podem ser realizadas diretamente de casa, com o uso de aplicativos bancários e sistemas de pagamento como o Pix no Brasil.
Por fim, os agentes de viagem tornaram-se progressivamente mais raros à medida que a internet se popularizou. Hoje, viajantes podem planejar suas viagens diretamente online, usando sites que comparam preços e fornecem informações sobre destinos, eliminando a necessidade de um intermediário.