Crítica e resumo do filme Vicious (2025)

Bryan Bertino, conhecido pelo filme “The Strangers”, volta à cena cinematográfica com “Vicious”, que segue uma linha semelhante à do seu trabalho anterior “The Dark and the Wicked”. Embora esse último tenha sido aclamado por sua narrativa envolvente que aborda traumas e lutos, “Vicious” não consegue manter o mesmo nível de coesão e profundidade. O filme apresenta uma premissa intrigante, mas Bertino enfrenta dificuldades em articular suas ideias, resultando em uma obra repleta de sustos e sons altos.
A protagonista é Polly, interpretada por Dakota Fanning, uma mulher de 32 anos que leva uma vida solitária em uma grande casa, que mais parece uma prisão do que um lar. Polly é retratada como uma personagem marcada por problemas emocionais, e isso é apresentado por meio de mensagens de voz de pessoas em sua vida, como sua mãe preocupada e um chefe irritado. Em uma noite solitária de inverno, ela atende à porta e encontra uma mulher idosa que parece desorientada, pedindo ajuda para encontrar a casa do filho. Apesar da aparência inofensiva da visitante, Polly rapidamente descobre que fez uma má escolha ao deixá-la entrar.
A situação se torna tensa quando a visitante revela, de forma sinistra, que Polly vai morrer naquela noite. Ela apresenta a Polly uma caixa preta que contém apenas uma ampulheta, mas as instruções são enigmáticas: ela deve colocar três itens na caixa que representam algo que odeia, algo que precisa e algo que ama. Antes que Polly possa processar a situação, a mulher desaparece, deixando-a com a caixa e uma série de eventos estranhos.
À medida que a noite avança, Polly percebe que a caixa é acompanhada por forças malévolas que a orientam sobre o que deve fazer para sobreviver. Ela começa a receber ligações de seu pai falecido e de uma pessoa se passando por sua mãe, mas a lógica do que acontece em sua casa é confusa. Quando tenta colocar seus cigarros na caixa como algo que odeia, a caixa revela que essa não é a verdade, mostrando a complexidade do seu desejo de parar de fumar.
Embora Bertino tenha habilidade em criar imagens impactantes e captar a intensidade da performance de Fanning, ele não desenvolve suficientemente seus temas centrais, fazendo com que o espectador se sinta perdido em meio ao suspense sem um propósito claro. Os componentes de susto e o som estridente muitas vezes ofuscam o enredo, desviando a atenção do que poderia ser uma exploração mais profunda dos desafios emocionais da protagonista.
A conclusão de “Vicious” deixa várias questões sem resposta e propõe uma continuação do tormento enfrentado por Polly, sugerindo que até mesmo Bertino pode não ter uma ideia clara do que deseja transmitir com a narrativa. O filme, que estreia no dia 10 de outubro na plataforma Paramount+, apresenta um enredo que, embora intrigante, não se sustenta diante das expectativas criadas por obras anteriores do diretor.