A partir das 1h01 (horário de Brasília) desta quarta-feira (9), os Estados Unidos implementam uma nova rodada de tarifas comerciais que afetará 57 países, abrangendo tanto aliados tradicionais como o Japão e a União Europeia, quanto adversários como a China.
Esta ação ocorre uma semana após o anúncio do presidente Donald Trump sobre o incremento tarifário, com a meta de atrair investimentos privados e estimular o emprego no país. O ajuste de preços surte efeito adicional sobre as importações já sujeitas a taxas acima de 11%, em um movimento que se segue a uma taxação de 10% implementada no sábado (5), que impactou países como o Brasil.
Entre as tarifas aplicadas, destaca-se a União Europeia, com uma imposição de 20%, e o Japão, que enfrenta taxas de 24%. A China se torna a mais prejudicada, com uma tarifa total de 104%, resultado da soma das taxas anteriores estabelecidas pelo governo republicano. O Vietnã, que se beneficiou da reconfiguração das cadeias de suprimento, também verá um aumento de 46% nas tarifas e demonstrou disposição para negociar com os EUA.
Canadá e México foram isentos dessas novas tarifas, mas continuam sujeitos a uma taxa de 25% relacionada ao fentanil, que se aplica a produtos fora das normas de origem do acordo entre os três países.
Para determinar as tarifas, o governo americano utilizou um cálculo baseado no déficit comercial dividido por suas exportações e depois por dois. A seguir, lista-se os países afetados e suas respectivas taxas:
Tarifas por País
- África do Sul: 30%
- Angola: 32%
- Argélia: 30%
- Bangladesh: 37%
- Bósnia e Herzegovina: 35%
- Botsuana: 37%
- Brunei: 24%
- Camarões: 11%
- Camboja: 49%
- Cazaquistão: 27%
- Chade: 13%
- China: 104%
- Coreia do Sul: 25%
- Costa do Marfim: 21%
- Fiji: 32%
- Filipinas: 17%
- Guiana: 38%
- Guiné Equatorial: 13%
- Ilhas Falkland: 41%
- Índia: 26%
- Indonésia: 32%
- Iraque: 39%
- Israel: 17%
- Japão: 24%
- Jordânia: 20%
- Laos: 48%
- Lesotho: 50%
- Libya: 31%
- Liechtenstein: 37%
- Macedônia do Norte: 33%
- Madagascar: 47%
- Malásia: 24%
- Malawi: 17%
- Maurício: 40%
- Moçambique: 16%
- Moldávia: 31%
- Myanmar (Birmânia): 44%
- Namíbia: 21%
- Nauru: 30%
- Nicarágua: 18%
- Nigéria: 14%
- Noruega: 15%
- Paquistão: 29%
- República Democrática do Congo: 11%
- Sérvia: 37%
- Síria: 41%
- Sri Lanka: 44%
- Suíça: 31%
- Tailândia: 36%
- Taiwan: 32%
- Tunísia: 28%
- União Europeia: 20%
- Vanuatu: 22%
- Venezuela: 15%
- Vietnã: 46%
- Zâmbia: 17%
- Zimbábue: 18%
No dia anterior, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, mencionou que cerca de 70 países manifestaram interesse em negociar a redução dos impactos das tarifas. Em contrapartida, a União Europeia começou a adotar uma série de contramedidas, incluindo a retirada do bourbon norte-americano de sua lista de produtos alvo de tarifas.
Em resposta, a China anunciou tarifas equivalentes a 34% sobre as importações dos EUA e impôs restrições adicionais a exportações de terras raras, enquanto adicionou mais 11 entidades norte-americanas a uma lista de não confiáveis, possibilidade que permite a aplicação de sanções.
*Com Reuters