Passageiros com voos para a Argentina nesta quinta-feira, 10 de abril, enfrentam severos transtornos devido a uma greve geral de 36 horas convocada pela Confederação Geral do Trabalho (CGT). A mobilização, que começou ao meio-dia de quarta-feira, 9 de abril, e se encerrará à meia-noite de hoje, tem como objetivo protestar contra a política econômica do governo de Javier Milei.
Várias companhias aéreas, incluindo LATAM, GOL e Aerolíneas Argentinas, informaram sobre cancelamentos e reprogramações de voos, afetando milhares de viajantes. A adesão de sindicatos de diferentes setores, notavelmente da aviação e da empresa de serviços aeroportuários Intercargo, resultou na interrupção da maior parte das operações nos aeroportos da Argentina.
Em comunicado, a LATAM Airlines Group declarou que precisou cancelar e/ou reprogramar seus voos devido à paralisação dos sindicatos. A companhia permite que os passageiros afetados alterem suas datas ou solicitem reembolso integral, acessando a seção “Minhas Viagens” em seu site. A LATAM aconselhou os viajantes a consultarem a situação de seus voos online, informando que algumas operações poderiam ter alterações de horário ou data. No entanto, a empresa não forneceu o número total de voos cancelados quando questionada pela CNN.
A GOL Linhas Aéreas reportou o cancelamento de 28 voos com origem ou destino nas cidades de Buenos Aires, Córdoba, Mendoza e Rosário nesta quinta. A companhia está contatando os clientes por e-mail e SMS, oferecendo a opção de remarcação sem custo em novas datas, incluindo a programação de 10 voos extras para os dias 11 e 12 de abril, além de reembolso integral.
A Aerolíneas Argentinas cancelou 258 voos, impactando cerca de 20 mil passageiros e gerando um custo estimado de 3 milhões de dólares. Desses voos, 216 eram domésticos, 25 regionais e 17 de longa distância internacional. A companhia conseguiu reprogramar 14 voos internacionais fora do período da greve, atendendo todos os passageiros afetados e implementando uma política comercial especial para remarcação de voos sem custos nos 15 dias seguintes ao término da greve.
Contexto da Greve
A CGT organizou esta greve como a terceira manifestação nacional contra o governo de Javier Milei, reivindicando melhorias nos “salários e direitos dos aposentados” e promovendo a defesa da indústria nacional, o retorno de obras públicas e a implementação de um plano nacional de emprego. A paralisação também expressa descontentamento com a repressão às manifestações.
As maiores centrais sindicais do país, incluindo a Central de Trabalhadores da Argentina Autônoma (CTA-A) e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras da Argentina (CTA-T), estão unidas na organização desta greve, que teve início com manifestações em frente ao Congresso Nacional argentino.
De acordo com informações da TN, serviços como trens, metrôs e táxis estão paralisados, enquanto o transporte aéreo teve sua capacidade operacional reduzida a menos da metade. A adesão de funcionários da educação à greve resultou na interrupção dos serviços educacionais, e atividades de coleta de lixo e correios também estão suspensas.
Este movimento representa a terceira paralisação convocada conjuntamente pelas três centrais sindicais, sendo as anteriores realizadas em 24 de janeiro e 9 de maio do ano passado.
Com informações da TN e Agência Brasil