As delegações dos Estados Unidos e da Rússia realizaram conversas em Istambul na quinta-feira, 10 de outubro, com o objetivo de normalizar as atividades de suas missões diplomáticas. Este diálogo ocorre em um contexto de tensões crescentes entre Moscou e o Ocidente, intensificadas pela guerra na Ucrânia, que deu início ao mais sério confronto entre as duas potências desde a Guerra Fria.
Um veículo que transportava a delegação americana deixou o consulado russo no centro de Istambul aproximadamente seis horas após seu desembarque. A delegação russa, por sua vez, permaneceu nas instalações.
As negociações foram coordenadas pelo novo embaixador da Rússia em Washington, Alexander Darchiev, e pela vice-secretária de Estado adjunta dos EUA, Sonata Coulter, conforme anunciado pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
O foco principal das conversas, conforme ressaltado por ambas as partes, é restaurar o funcionamento das missões diplomáticas, que foram severamente afetadas por anos de disputas e alegações mútuas de intimidação, além do congelamento de propriedades diplomáticas. “A Ucrânia não está, absolutamente não está na agenda”, afirmou a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, nesta terça-feira.
Bruce enfatizou que as discussões se concentram estritamente nas operações das embaixadas e não na normalização geral das relações, a qual, segundo ela, só pode ser alcançada com a paz entre a Rússia e a Ucrânia.
Nos últimos anos, ambos os países relataram dificuldades para obter credenciais para seus diplomatas, complicando ainda mais o trabalho em suas embaixadas. A Rússia indicou que as restrições ocidentais têm interferido até mesmo nos pagamentos de seus diplomatas, enquanto os EUA reclamam de limitações em seus movimentos na Rússia. Ambas as nações também se queixam de práticas intimidatórias.
Outro ponto crucial nas relações diplomáticas diz respeito à propriedade. Washington impôs restrições a seis propriedades russas, incluindo a residência Killenworth em Long Island, a dacha Pioneer Point em Maryland, e os consulados em San Francisco e Seattle, além das missões comerciais em Washington e Nova York.