Os ministros da Defesa de aproximadamente 30 países se reuniram em Bruxelas nesta quinta-feira, dia 10, para debater a criação de uma “força de garantia” para a Ucrânia, no caso de um cessar-fogo na guerra com a Rússia. No entanto, questões chave sobre a missão dessa força e a extensão do apoio dos Estados Unidos continuam sem resposta.
O encontro, realizado na sede da Otan, é parte de um esforço contínuo da chamada “coalizão dos dispostos”, composta majoritariamente por países europeus, com liderança do Reino Unido e da França. O foco das discussões é a construção de um cenário de paz, especialmente se os EUA atuarem como mediadores no fim do conflito.
O secretário de Defesa britânico, John Healey, enfatizou, no início da reunião, a importância da unidade entre as nações participantes, afirmando que estão se preparando para garantir um futuro estável para a Ucrânia após um possível acordo de paz. “Estamos planejando colocar a Ucrânia na posição mais forte possível, para proteger sua soberania e evitar novas agressões russas”, destacou.
Autoridades da Europa apontam que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, parece não interessado em interromper a invasão. Contudo, elas desejam demonstrar ao presidente dos EUA, Donald Trump, que estão preparadas para desempenhar seu papel em possíveis negociações com Moscou.
Trump expressou que espera que os aliados europeus assumam a responsabilidade pela manutenção da paz resultante de suas negociações. A Ucrânia se mostrou disposta a aceitar um cessar-fogo, enquanto a Rússia demanda esclarecimentos sobre diversas questões antes de decidir seu próximo passo.
Embora os países europeus afirmem estar prontos para mobilizações, ressaltam a necessidade de garantias de que as forças dos EUA possam desempenhar um papel de apoio logístico e de inteligência. Até o momento, Trump não ofereceu tais garantias.
Ao chegarem à reunião, vários ministros expressaram a necessidade de obter mais informações sobre a missão da força de garantia e suas regras de engajamento antes de decidirem sobre o envio de tropas. O ministro da Defesa da Suécia, Pal Jonson, comentou que a participação do país é uma possibilidade, mas estão em pauta diversas questões que precisam ser esclarecidas.
Já o ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, sublinhou a importância de discutir a operação da força em distintos cenários e sua interação com uma possível força de monitoramento do cessar-fogo. Ele enfatizou que uma compreensão clara da missão será essencial para os processos de decisão nacionais de cada país.