Roberto Rodrigues, professor emérito da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, foi nomeado enviado especial para Agricultura da 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima. O evento ocorrerá em novembro, em Belém, no Pará, e o convite foi estendido pelo embaixador André Aranha Corrêa do Lago, representando o governo brasileiro.
Na nova função, Rodrigues servirá como intermediário entre a presidência da COP30 e o setor produtivo. Segundo o embaixador Corrêa do Lago, os enviados especiais terão a responsabilidade de atuar como “caixas de ressonância” para diversos setores e regiões, além de facilitar o intercâmbio de informações relevantes entre a presidência e o setor privado. O embaixador destacou que este papel inclui a ativação de alavancas estratégicas e a promoção de um fluxo de informações eficaz.
Em entrevista ao Broadcast Agro, Rodrigues expressou sua honra pelo convite e a intenção de contar com a colaboração das entidades representativas do agronegócio. Ele alertou que a missão não será simples. “O desafio inicial é montar uma agenda unificada para o agronegócio, contemplando todas as cadeias produtivas, para demonstrar ao mundo a sustentabilidade e a eficiência da atividade agropecuária brasileira”, declarou Rodrigues. Para ele, o próximo passo após a unificação do setor será convencer o governo sobre a relevância do agronegócio na agenda climática, dada a importância dos governos na assinatura de acordos multilaterais. “É fundamental mostrar que já contribuímos significativamente para soluções de questões globais, como a segurança alimentar e a transição energética”, enfatizou.
Corrêa do Lago justificou o convite ao ex-ministro enfatizando que a COP30 será uma “oportunidade única” para reorientar esforços globais na implementação de compromissos para combater a crise climática. Ele destacou que o evento não deve ser um momento de estagnação, mas sim de esperança e ação. “Queremos promover uma coalizão global que integre governos, setor privado, sociedade civil, ciência, finanças, inovação e comunidades locais para enfrentar a questão climática”, comentou o embaixador. Ele afirmou que, se todos aceitarem esse desafio, a COP30 pode se tornar um marco significativo na luta climática global, um “movimento de movimentos” que mobilize a sociedade para agir com urgência e determinação.
O primeiro encontro de Roberto Rodrigues como enviado especial da COP30 ocorrerá no dia 22 de maio, em Brasília.