O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apresenta uma aprovação estável entre os eleitores do estado, apesar de um aumento significativo em sua taxa de reprovação. Segundo pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 1º e 3 de abril, 41% dos entrevistados classificam sua gestão como ótima ou boa. Em contrapartida, o índice de desaprovação dobrou, passando de 11% para 22%.
O levantamento, que consultou 1.500 pessoas em 81 municípios paulistas, aponta que 33% avaliam o governo como regular. A margem de erro da pesquisa é de três pontos percentuais. Comparando com a pesquisa anterior realizada em fevereiro, a aprovação do governador caiu de 44% para 41%, enquanto a avaliação regular recuou de 39% para 33%.
Esse aumento na reprovação de Tarcísio ocorre em um contexto de maior envolvimento em ações relacionadas à anistia dos condenados pelos eventos de 8 de janeiro de 2023, proposta que conta com o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar de ter negado interesse em uma candidatura presidencial, Tarcísio é considerado um forte nome da direita para 2026, especialmente diante da inelegibilidade de Bolsonaro.
Embora a reprovação tenha crescido, Tarcísio ainda se destaca em comparação ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem 38% de desaprovação em nível nacional. Em contraponto, 29% dos brasileiros avaliam a gestão petista como boa ou ótima.
Analisando o desempenho de Tarcísio em comparação com seus antecessores, observa-se que, em períodos similares, Geraldo Alckmin (PSDB) tinha 52% de aprovação em 2013, enquanto José Serra (PSDB) registrava 53% em 2009.
A avaliação do governo de Tarcísio varia consideravelmente entre as diferentes regiões do estado. Na região metropolitana de São Paulo, 28% classificam a gestão como ruim ou péssima, em contraste com 16% no interior. A aprovação na Grande São Paulo é de 33%, comparada a 48% nas demais áreas do estado.
Entre as realizações do governo, destaca-se a retomada de obras importantes, como a linha 17-Ouro do metrô e o trecho norte do Rodoanel, além da privatização da Sabesp. Contudo, crises no setor de segurança pública, incluindo casos de violência policial, prejudicaram a imagem da administração. O governador chegou a reconhecer um erro ao se opor ao uso de câmeras corporais pela Polícia Militar.
Entre os eleitores do Partido dos Trabalhadores (PT), a avaliação de Tarcísio mostra um empate técnico: 36% aprovam sua gestão, 27% a reprovam e 34% a consideram regular, com margem de erro de cinco pontos percentuais.
A aprovação do governador também apresenta diferenças de acordo com os perfis dos eleitores. Entre os homens, a avaliação positiva é de 66%, enquanto entre as mulheres é de 56%. O apoio cresce entre os entrevistados com mais de 60 anos, alcançando 74%. Entre os evangélicos, a aprovação atinge 71%.
No segmento de eleitores com ensino superior, a avaliação é mais equilibrada, com 53% de aprovação e 44% de desaprovação. Aqueles com ensino fundamental apresentam uma aprovação maior, com 66%. Em relação ao desempenho pessoal do governador, 61% dos entrevistados aprovam seu trabalho, enquanto 33% desaprovam.
Ativamente envolvido em atos em apoio à anistia, Tarcísio busca equilibrar sua imagem entre a base bolsonarista e a necessidade de garantir um apoio mais amplo, evidenciando os desafios que ele enfrenta em vista da reeleição em 2026 e em um possível projeto nacional.