Uma recente pesquisa do Datafolha, divulgada nesta quinta-feira (10), revelou que 76% dos brasileiros são a favor do aumento do Imposto de Renda para indivíduos que ganham mais de R$ 50 mil mensais. Apenas 20% dos entrevistados se opõem a essa proposta, que está sendo discutida dentro do contexto da reforma tributária em andamento no Congresso Nacional.
De acordo com o levantamento, a ideia de taxar os mais ricos conta com maior aprovação do que a proposta do governo Lula de isentar contribuintes com renda mensal de até R$ 5 mil, que visa diminuir a carga tributária sobre a classe média. 70% da população apoia a isenção, enquanto 26% se posicionam contra, com uma pequena fração de 1% indiferente e 3% sem respostas.
Em relação à aprovação do aumento do Imposto de Renda, a pesquisa aponta uma divisão de opiniões: 47% dos brasileiros acreditam que a proposta será aprovada, enquanto 49% consideram que será rejeitada. Outros 1% não têm certeza sobre a possibilidade.
A expectativa do governo é que a nova faixa de isenção seja aprovada ainda em 2025, com implementação prevista para 2026. Esta medida faz parte da estratégia do Planalto para melhorar os índices de aprovação do presidente Lula e reafirmar seu compromisso com a redução da carga tributária sobre a classe média. O Datafolha entrevistou 3.054 pessoas em 172 municípios entre os dias 1º e 3 de abril, com margens de erro de dois pontos percentuais.
Repercussão das Pesquisas
Os resultados do Datafolha são um importante termômetro político que reflete a opinião pública em meio às discussões sobre a reforma do Imposto de Renda. O apoio expressivo de 76% para a taxação dos mais ricos indica respaldo social para uma agenda de justiça fiscal.
Politicamente, as informações representam uma pressão significativa sobre o Congresso. Apesar do suporte popular, 49% dos entrevistados acreditam que a proposta enfrentará rejeição, enquanto 47% a veem com potencial para aprovação, configurando um empate técnico dentro da margem de erro.
Esses dados fortalecem a narrativa do governo, que procura mostrar que sua agenda fiscal está voltada para os interesses da população, ao mesmo tempo que expõem o Congresso à pressão popular. Para o presidente Lula, esse cenário pode se converter em uma oportunidade política, já que insistir em propostas com amplo apoio popular pode forçar adversários a enfrentarem o custo político de se oporem a medidas bem aceitas pela sociedade.
No entanto, a divisão quanto à viabilidade dessas propostas sinaliza a necessidade de uma articulação estratégica no Congresso, especialmente em um contexto de tensões fiscais e a antecipação das disputas eleitorais para 2026.