O Irã advertiu que pode expulsar inspetores da ONU e suspender a colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) se sentir ameaçado. A declaração veio de Ali Shamkhani, conselheiro sênior do líder supremo iraniano, e aconteceu poucos dias antes de uma rodada de negociações com os Estados Unidos prevista para o final de semana.
A AIEA, responsável por monitorar o programa nuclear do Irã, expressou preocupações crescentes relacionadas ao aumento do enriquecimento de urânio por parte do país, que agora supera os limites estabelecidos pelo acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA). O governo iraniano, por sua vez, nega estar em busca de armas nucleares, sustentando que seu programa é voltado para fins civis.
Em uma publicação nas redes sociais, Shamkhani afirmou que o Irã possui o direito de tomar “medidas dissuasivas” diante de supostas ameaças externas. Ele também mencionou a possibilidade de transferir materiais nucleares enriquecidos para “locais seguros”.
As negociações entre Irã e Estados Unidos estão agendadas para o sábado, 12 de outubro, em Omã, conforme relatado pela agência de notícias semioficial iraniana Tasnim. Segundo autoridades da Casa Branca, as conversas terão um caráter “direto”. O ministro das Relações Exteriores de Omã será o mediador das discussões, que visam facilitar a comunicação entre as duas nações. A delegação iraniana será liderada por Abbas Araghchi, enquanto a equipe americana será chefiada por Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio.