XP atualiza previsão de Selic e dólar para 2026

O Research da XP divulgou uma atualização sobre suas previsões para o câmbio, a taxa de juros e o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em um relatório publicado na terça-feira. A nova projeção indica que o dólar deve ser cotado a R$ 5,30 em 2025, uma redução em comparação com a estimativa anterior de R$ 5,50. Para 2026, a estimativa foi ajustada para R$ 5,50, em vez de R$ 5,70.
A equipe liderada pelo economista-chefe Caio Megale também revisou a previsão sobre os cortes na taxa Selic. Agora, os analistas esperam que os cortes comecem apenas em maio, em vez de janeiro, como se pensava anteriormente. Embora a situação da inflação tenha mostrado sinais de melhora, os índices ainda estão distantes da meta estabelecida de 3%. Além disso, a comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central permanece rigorosa, segundo a XP. A expectativa para a taxa Selic final continua em 12%.
Apesar das projeções otimistas no cenário internacional para mercados emergentes, a situação fiscal interna do Brasil apresenta riscos. O relatório sugere que o governo deve conseguir cumprir a meta de resultado primário este ano, e os resultados de 2026 estão projetados para ficar próximos do limite inferior dessa meta. Esse desempenho deve ser impulsionado por receitas extraordinárias esperadas para o próximo ano.
Entretanto, os riscos fiscais são considerados altos, especialmente devido à pressão por aumento nas despesas. Além disso, a desaceleração econômica tem afetado diferentes setores. A XP ajustou levemente sua projeção para o PIB de 2025, reduzindo-a de 2,2% para 2,1%, enquanto manteve a expectativa de crescimento de 1,7% para 2026, mas com possíveis riscos de alta.
As projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram mantidas em 4,8% para 2025 e 4,5% para 2026. Um dos maiores riscos identificados para o próximo ano é a situação do mercado de trabalho, que se encontra apertada.
No cenário internacional, o crescimento moderado das principais economias tem permitido uma retomada no ciclo de cortes de juros, sem levantar preocupações sobre uma possível recessão. No entanto, os analistas apontam que ainda existem riscos relacionados a questões institucionais e geopolíticas.