Política

Serra das Araras deve eliminar trecho perigoso da Dutra

Metade do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é transportada pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), que conecta as duas maiores economias do país, São Paulo e Rio de Janeiro. A importância dessa rodovia é inegável, mas um trecho de oito quilômetros da Serra das Araras, entre Piraí e Paracambi, ainda apresenta curvas perigosas que podem causar acidentes. Essas condições estão prestes a mudar. As obras de reforma na serra começaram em abril do ano passado e, em outubro deste ano, metade do projeto já estava concluído. A previsão é que toda a obra seja finalizada em 2027, dois anos antes do esperado.

O novo projeto para a Serra das Araras prevê a construção de 24 viadutos, que irão elevar a pista de subida e permitir a manutenção de quatro faixas em cada sentido. Atualmente, essa pista conta apenas com duas faixas, o que pode dificultar o fluxo intenso de veículos, como carros, ônibus e caminhões. O primeiro desses viadutos, com previsão de entrega em fevereiro do próximo ano, deverá ajudar a aliviar o tráfego na pista de subida.

De acordo com o gerente de Engenharia e Obras da concessionária responsável pelo serviço, a CCR RioSP, a modificação do traçado da pista vai melhorar a segurança e reduzir a ocorrência de acidentes. A empresa tem se comprometido a entregar um projeto que facilitará a mobilidade dos usuários da rodovia.

Durante uma visita às obras, foi demonstrado o andamento dos trabalhos em Seropédica, onde estão sendo fabricadas 450 vigas para os viadutos. Dentre elas, já foram instaladas 102. As vigas, que podem medir até 41,8 metros de comprimento, exigem cuidado especial para serem transportadas, pois quando são levadas ao local, é necessário interromper temporariamente o trânsito na rodovia. Com o novo projeto, será mais fácil manter o fluxo de veículos, mesmo durante o transporte dessas peças grandes.

No viaduto 8, que será o último a ser completado na entrega de fevereiro, já há vigas instaladas e estão faltando apenas algumas lajes para finalizá-lo. A equipe de obras faz ajustes e prepara a estrutura para a nova configuração da rodovia. Para dar espaço às novas pistas, estão sendo feitas detonações que visam remover rochas do terreno. De segunda a quinta-feira, entre 13h e 15h, o tráfego no sentido São Paulo é interrompido para essas atividades. Até agora, já foram retirados 370 mil metros cúbicos de rochas, o que corresponde a um volume considerável de material.

Quando as novas pistas estiverem prontas, a pista atual de subida será desativada. A pista de descida, que ainda possui várias curvas, ficará disponível para os moradores da região. Em caso de emergência com a nova pista, a pista de descida poderá ser utilizada como uma via alternativa.

As novas pistas permitirão um aumento na velocidade máxima permitida, de 40 km/h para 80 km/h. Com um investimento previsto de R$ 1,5 bilhão, a obra incluirá acostamentos ao longo do trajeto para evitar engarrafamentos. Além disso, está planejada a construção de áreas de escape para veículos com problemas e passarelas para acesso seguro aos moradores de vilas ao longo da serra.

A Serra das Araras tem um desnível de 400 metros, igual à altura do Pão de Açúcar, e cerca de 30% do seu tráfego é composto por veículos pesados que transportam produtos como químicos, minérios e carne, totalizando quase 44 toneladas transportadas anualmente. Essa rodovia desempenha um papel vital na economia brasileira, e as melhorias em sua infraestrutura visam garantir maior segurança e eficiência no tráfego.

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