Moradores de Nova Lima, em Minas Gerais, têm a maior renda média do trabalho no Brasil, com um valor mensal de R$ 6.929, conforme os dados preliminares do Censo Demográfico 2022 sobre Trabalho e Rendimento, divulgados pelo IBGE. Essa renda é um indicativo das desigualdades regionais no país, já que é 813% superior à salário da cidade com menor renda, Cachoeira Grande, no Maranhão, que recebe apenas R$ 759 mensais.
No ranking das 10 cidades com os maiores rendimentos, todas estão localizadas nas regiões Sudeste e Sul. Após Nova Lima, a segunda posição é ocupada por São Caetano do Sul, em São Paulo, com uma renda média de R$ 6.167. Em seguida, estão Santana de Parnaíba (SP) com R$ 6.081, Petrolândia (SC) com R$ 5.989, e Vespasiano Corrêa (RS) com R$ 5.779. Também aparecem na lista Tunápolis (SC) com R$ 5.417, Marema (SC) com R$ 5.395, Niterói (RJ) com R$ 5.371, Nova Ramada (RS) com R$ 5.328 e Vitória (ES) com R$ 5.242.
Por outro lado, os 10 municípios com as menores rendas estão concentrados na região Nordeste. Além de Cachoeira Grande, com R$ 759, estão Caraúbas do Piauí (PI), recebendo R$ 788, e Municípios como Mulungu do Morro (BA), Bacurituba (MA), e São João do Arraial (PI) têm rendimentos de R$ 805, R$ 811 e R$ 820 respectivamente, destacando uma realidade econômica bem diferente da encontrada em Minas Gerais.
A pesquisa também revela que, em média, o trabalhador brasileiro teve um rendimento nominal de R$ 2.851 em 2022. Em 520 cidades, o rendimento médio foi inferior ao salário mínimo, que era de R$ 1.212.
Em relação à renda familiar, 75,5% dela é proveniente dos trabalhos, enquanto 24,5% advêm de outras fontes, como aposentadorias e programas de transferência de renda. Na região Nordeste, a importância da renda do trabalho é menor, representando apenas 67,9% da renda total das famílias. Por outro lado, no Centro-Oeste, o trabalho representa 80,6% da renda familiar.
Entre os estados, o Piauí se destaca com a menor participação da renda do trabalho na renda total, apenas 64,3%, enquanto Mato Grosso apresenta a maior, com 84,5%. Os municípios com maior concentração de renda do trabalho estão no Centro-Oeste, com destaque para várias cidades do Mato Grosso, como Querência e Sapezal, onde a renda do trabalho representa mais de 93% da renda domiciliar.
Por outro lado, os municípios com a menor participação do trabalho na renda total também estão no Nordeste, muitos deles no Piauí, como Vera Mendes e Jurema, onde a renda do mercado de trabalho representa menos de 25% da renda domiciliar total.
