A expansão fiscal global, acelerada após a pandemia, resultou em um aumento significativo da dívida em vários países, o que, por sua vez, tem causado a desvalorização de inúmeras moedas. Esse cenário tem despertado o interesse dos investidores por ativos físicos, como o ouro. Além disso, a crescente instabilidade geopolítica, especialmente a partir de 2022, está gerando uma demanda maior por criptomoedas, como o Bitcoin, que podem ser transacionadas de maneira segura por meio de tecnologia blockchain.
De acordo com a análise de um especialista do setor financeiro, muitos investidores estão buscando maneiras de se proteger contra essas instabilidades. Ele sugere que alocar recursos em ativos físicos e digitais pode ser uma estratégia eficaz, sem comprometer a rentabilidade dos investimentos. O ouro, em particular, teve um aumento de valor nos últimos anos, devido a dois fatores principais. O primeiro é o elevado endividamento dos países, que tem ocorrido para estimular a economia ou atender às necessidades sociais em um contexto de envelhecimento populacional.
Com o aumento dos gastos públicos, as moedas tradicionais como dólar, euro e real perderam parte do seu valor em comparação com ativos reais, como o ouro. Isso fez com que tanto investidores quanto Bancos Centrais passassem a enxergar o ouro como uma forma de proteger o patrimônio.
Outro fator importante na valorização das criptomoedas é o aumento das tensões geopolíticas. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia e o subsequente bloqueio de ativos russos, a incerteza no cenário global cresceu. Com as sanções, os Estados Unidos excluíram a Rússia do sistema financeiro Swift, dificultando as transações bancárias tradicionais. As criptomoedas, por sua vez, oferecem uma alternativa, permitindo transferências de valor sem dependência de instituições financeiras, o que as torna mais atraentes em momentos de crise.
Tanto o ouro quanto o Bitcoin são considerados investimentos alternativos dentro de uma carteira diversificada, que também pode incluir renda fixa e ações globais. Os especialistas destacam a importância de equilibrar esses ativos, de modo a evitar que os investidores concentrem recursos excessivos em um único tipo de investimento. A partir das orientações de profissionais do setor, recomenda-se que cerca de 1% do patrimônio de um investidor seja alocado em ativos digitais, priorizando o Bitcoin.
Adicionalmente, os consultores financeiros alertam que a abordagem de investimento frequentemente adotada no Brasil, que tende a concentrar recursos em ativos locais, pode resultar em um portfólio excessivamente arriscado. Eles aconselham que os investidores brasileiros considerem aumentar a alocação em ativos internacionais, visando reduzir a volatilidade e potencializar o retorno. Essa estratégia é especialmente importante como proteção contra a inflação, que tem afetado de maneira desproporcional os clientes de alta renda.
Os especialistas destacam que, à medida que se aproxima o ano de 2026, é essencial que os investidores busquem diversificar ainda mais suas carteiras, especialmente diante das incertezas políticas e econômicas que podem afetar o país. Já é comum que investidores com grande capital alocassem entre 30% a 35% de seus recursos no exterior, enquanto uma meta razoável para investidores conservadores seria de 10% a 15%.
