Economista do Bradesco projeta dólar a R$ 4,90

O economista-chefe do Bradesco, Fernando Honorato Barbosa, prevê que a cotação do dólar deve se manter mais próxima de R$ 5 nos próximos meses, em vez de alcançar R$ 5,50. Essa expectativa se baseia na fraqueza global da moeda americana. Honorato fez essas declarações em um evento da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), realizado em São Paulo.

Ele mencionou que aproximadamente 70% da valorização do real desde o início do ano é pelo enfraquecimento do dólar. Se o real seguisse mais de perto as oscilações do dólar no cenário internacional, a moeda brasileira deveria estar cotada em torno de R$ 4,60. Além disso, se comparado a uma cesta de países emergentes com características similares ao Brasil, o dólar poderia estar a R$ 4,90.

Honorato também expressou sua desaprovação em relação à ideia de uma moeda única para os países do Brics, formada por Brasil, Rússia, Índia e China. Segundo ele, essa proposta é muito ruim e o Brasil deveria se distanciar dela. Ele destacou que as tensões causadas pela administração de Donald Trump nos Estados Unidos têm levado os países da América Latina a buscar mais aproximação com a China.

O economista acredita que a desaceleração da atividade econômica no Brasil, juntamente com a estabilidade da taxa de câmbio, pode sinalizar o início de um ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. No entanto, ele considera “quase impossível” que a inflação atinja a meta de 3%. Honorato argumentou que isso se deve ao fato de que o governo brasileiro tende a gastar bastante e a estimular a demanda, o que pode impactar negativamente o controle da inflação.

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