Economista da ARX alerta: legado das eleições de 2026 será negativo

Em um evento realizado em São Paulo, o economista-chefe da ARX Investimentos, Gabriel Leal de Barros, fez uma análise crítica sobre as eleições de 2026 no Brasil. Ele declarou que essas eleições deixarão um “legado horrível” para o país, adotando uma famosa frase da ex-presidente Dilma Rousseff, que ressalta que, no final, todos perderão, independentemente de quem vencer.

Leal de Barros fez suas observações durante o evento Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. De acordo com ele, a abordagem do governo atual, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, de aumentar a arrecadação para equilibrar as contas públicas está causando uma “fadiga no processo político”. Segundo o economista, a melhor maneira de lidar com a situação seria iniciar com cortes nas despesas públicas antes de pedir ao setor produtivo uma contribuição, por meio da redução de incentivos fiscais.

Ele argumentou que, apesar da agenda proposta pelo governo ser correta, a estratégia de focar apenas na elevação da arrecadação está criando dificuldades na execução do plano. Para Leal de Barros, o mais eficaz seria começar a cortar gastos, garantindo uma redução concreta nas despesas, e somente depois solicitar que as empresas contribuam retirando benefícios tributários.

Outro especialista que se manifestou no evento foi Reinaldo Le Grazie, sócio da Panamby Capital e ex-diretor de política monetária do Banco Central. Ele previu que o ano de 2026 será desafiador para a instituição, pois não contará com as mesmas condições favoráveis observadas neste ano no que diz respeito ao controle da inflação.

Le Grazie destacou que a queda da inflação em 2023 é resultado de fatores externos, como a queda no valor do dólar, que foi influenciado por decisões econômicas dos Estados Unidos. Ele advertiu que um possível cenário de manutenção do dólar na faixa de R$ 5,40 poderá dificultar o controle da inflação no próximo ano. Para ele, a recuperação da inflação estará vinculada à performance da economia americana e suas repercussões nos mercados globais.

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